15/12/2004 - 10:00
Se o futebol carioca está em crise, o mesmo não acontece com a economia e a renda per capita do Estado do Rio de Janeiro. Pela primeira vez, a pesquisa de Contas Regionais de 2002, divulgada na terça-feira 7 pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), mostrou o Rio à frente de São Paulo no ranking da renda per capita do País. O resultado Rio, que empurrou os paulistas para a terceira posição, foi puxado pelo bom momento da indústria petrolífera fluminense e a renda per capita do Estado cresceu 3,2%, alcançando R$ 11.459 no ano de 2002. Já São Paulo teve um desempenho 0,9% menor em relação ao ano de 2001 e registrou renda per capita de R$ 11.353. Desde 1985, a liderança é do Distrito Federal, que nessa última pesquisa do IBGE apareceu com R$ 16.361. No cômputo geral, a renda média per capita dos brasileiros ficou em R$ 7.631. Sete Estados e mais o Distrito Federal tiveram resultados superiores a essa média e 19 Estados registraram cifras inferiores. O Maranhão apresentou a menor cifra: apenas R$ 1.949.
No período de 1985 a 2002, a economia de São Paulo cresceu apenas 37%, enquanto a média nacional foi de 51%. A participação da economia paulista no Produto Interno Bruto (PIB) continua sendo a maior, mas caiu de 33,4% para 32,06%. A diferença representa cerca de R$ 10,4 bilhões, que foram repassados para outros Estados. Em 2002, o setor industrial, que representa 40% do movimento econômico do Estado, cresceu menos que os setores petrolíferos e agropecuários. Os técnicos do IBGE têm outra explicação para o fato de o Rio ter ultrapassado São Paulo. O PIB fluminense teve um crescimento de 4,4%, contra apenas 0,7% do paulista. Associado a isso, o crescimento da população foi maior em São Paulo (1,6%) do que no Rio (1,2%). Como a renda per capita é o resultado da divisão das riquezas de um Estado pelo seu número de habitantes, as condições favoreceram a economia fluminense.
No período analisado, a região Sudeste perdeu participação no PIB brasileiro. De 57,1% de contribuição à economia nacional em 2001, caiu para 56%. Além de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo também registraram queda. O Nordeste pulou de 13,1% para 13,5% de participação no PIB, o Norte subiu de 4,8% para 5%, a região Sul foi de 17,6% para 17,7% e o Centro-Oeste de 7,2% para 7,4%. Destaques estaduais foram Mato Grosso, com crescimento de 9,5%, e Rondônia, com crescimento de 9,2%, graças ao agronegócio.