15/12/2004 - 10:00
Amaury Silva Júnior é delegado de polícia em São Paulo. Inaugurou um novo método de diligência para investigar roubo a caixas eletrônicos: ele transporta fisicamente para a delegacia o próprio caixa assaltado. Dá trabalho e é perigoso. Por exemplo: para que a investigação não tenha seu sigilo vazado, o delegado realiza o transporte de madrugada. Na segunda-feira 6 (às três e meia da matina) ele foi flagrado num estranho comboio investigativo: estava num carro Santana (placas falsas) e à sua frente seguia uma Traffic (falando em Traffic, o traficante Wilson Ferreira Lima integrava a comitiva). Mais duas pessoas estavam nessa investigação e foram todas paradas pela PM. Ao delegado não faltou bom humor. Ele declarou que estava em diligência investigando o assalto a um banco. Ou seja: é como se tivesse suspeitado que o próprio caixa eletrônico fosse o assaltante (esses caixas são terríveis, terríveis!), deu voz de prisão ao trambolho e o estava conduzindo à delegacia. Parece que o caixa eletrônico também será processado por desacato à autoridade, porque no momento em que o delegado leu os seus direitos constitucionais o caixa disparou: “Erro de leitura.” Nesses tempos de tantas operações da Polícia Federal, e todas elas com nome, o delegado Amaury também criou a sua. Chama-se Operação Indisponível. A Corregedoria da Polícia Civil não caiu na história. Ressalve-se que Amaury é apenas acusado. A Corregedoria está investigando o caso.