São três virtuoses das seis cordas, de três diferentes gerações. Caçula do grupo, o paulistano Marco Pereira mostra em Samba da minha terra (Solu) que morar na França e estudar na Sorbonne não tira o sotaque nem a ginga de ninguém. Para dizer a que veio, abre seu disco, de interpretações e composições próprias ao violão de corda de náilon, com Samba triste, parceria do “Pelé do pinho” Baden Powell e Billy Blanco. Pereira segue de Morena boca de ouro, de Ary Barroso, a Expresso 2222, de Gilberto Gil, sem perder o andamento. Na companhia, um monte de bambas – Bororó e Jorge Helder, no contrabaixo, Pepa D’Elia e Jurim Moreira, na bateria, entre outros.

Helder e Moreira estão presentes em Compassos (Deckdisc), de Hélio Delmiro, surgido nos anos 1960, representante legítimo da vocação carioca para o samba. Acompanhante de Clara Nunes e Elis Regina, e parceiro de César Camargo Mariano no histórico Samambaia (1981), o violonista encara de guitarra e com a maior sofisticação standards jazzísticos como Round midnight, de Thelonius Monk, e clássicos da MPB como Ponteio, de Edu Lobo, e O morro não tem vez, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.

Sofisticação encontrada em Guitarra brasileira (LL), do pernambucano  Heraldo do Monte, mestre do violão e da viola de dez cordas, nascido no mesmo ano que Elvis Presley, 1935. Elétrico, espalha seu talento ao lado de Gilberto Pinto, no baixo, Nenê, na bateria, e Luis, filho, herdeiro e produtor, no violão. No repertório, os ritmos arrevesados do Sul de Mas que chimarrão é este, tchê e o frevo rasgado de Sombrinha colorida, passando pelo Pantanal de Helena Meireles em Passeio de chalana e o choro do Sudeste com Brasil antigo.