O Museu do Telephone, localizado no Flamengo, zona sul do Rio, foi por duas décadas uma referência sobre a evolução das comunicações. Para as crianças que nasceram na era do celular, sempre foi um lugar especialmente curioso: lá estava a prova de que houve um tempo em que para falar ao telefone a pessoa tinha de ir até onde ele estava. No início de 2001, o prédio – onde funcionou a primeira estação telefônica da cidade – foi fechado para reformas e está, agora, sendo devolvido à população rebatizado de Museu das Telecomunicações e sob os cuidados do Instituto Telemar. Com arquitetura moderna, o novo museu ambiciona se tornar uma referência no setor, na América Latina. A apresentação do espaço foi feita na terça-feira 14 durante a festa de entrega do Prêmio Telemar de Inclusão Digital. A reabertura para o público está prevista para o início do ano que vem.

O lugar abrigou artistas e performáticos de origens distintas na noite em que 29 instituições foram premiadas pelo Instituto Telemar, entre empresas, organizações do terceiro setor, escolas e universidades. Todos os projetos vencedores – entre eles o “Ecoclic – Vamos melhorar as idéias e a saúde do planeta”, da Escola Estadual Dom Orione, de Curitiba – são baseados na democratização do conhecimento e estão envolvidos com causas sociais. Os prêmios foram dados aos três primeiros colocados em cada região. Na categoria Empresas, porém, não houve classificação: cada uma das três regiões teve um vencedor. O projeto Nossa Língua Digit@l, realizado pelo Instituto Pão de Açúcar e executado pela Klick Net S/A, foi o premiado pelas regiões Norte/Nordeste. O Programa de Inclusão Digital Interno, da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, foi o escolhido pelas regiões Sul/Centro-Oeste e o trabalho Cidadão Digital, da DPaschoal/NetKids Tecnologia, foi vencedor do Sudeste.

O objetivo do projeto Nossa Língua Digit@l é, segundo Patricia Rousseaux, sócia da Klick Net, “incentivar os que aprenderam a ler a compreender aquilo que lêem”. Com este projeto o Instituto Pão de Açúcar já formou mais de dois mil jovens no Ceará e em outros Estados brasileiros. “Sempre nos colocamos a serviço da educação como forma de fazer a tecnologia ser instrumento de inclusão digital e social”, disse Patricia, ao lado de Soraya Santos Silva, coordenadora de projetos sociais do Instituto Pão de Açúcar. Já Vanine Vasconcelos Magalhães, assessor executivo da diretoria de tecnologia da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ressaltou o trabalho de inclusão digital realizado dentro da própria companhia: “Temos 109 mil empregados, 50% carteiros e operadores de rua. Eles não têm acesso à tecnologia, mas criamos um pool de computadores para que possam aprender a usar e a se beneficiar com a informática.” Segundo o presidente do Instituto Telemar, José Augusto da Gama Figueira, a noite foi “um encontro de brasileiros com a cidadania”.