Uma idéia defendida pelo deputado Beto Albuquerque, vice-líder do governo na Câmara, poderá resolver o imbróglio da Varig. A idéia: transformar os credores da empresa em acionistas, coisa que “não requer o desembolso de um tostão pelo governo”. As empresas públicas, que são as maiores credoras, não ficariam com mais de 49% da transferência de créditos. A maioria das ações seria partilhada entre trabalhadores e empresas privadas. O presidente da Infraero, Carlos Wilson Campos, anunciou na quarta-feira 15 que a companhia deveria sofrer intervenção. Isso dividiria a Varig em duas fatias (TAM e Gol assumiriam a fatia de mercado). O vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, negou que o governo tenha pensado nessa solução e simpatiza com a proposta do deputado Albuquerque. A Varig ganhou novo fôlego com a decisão do Superior Tribunal de Justiça em ação de R$ 2,5 bilhões contra a União. O STJ entendeu que as perdas da Varig foram causadas pelos planos econômicos de 1985 e de 1992. O otimismo em relação ao futuro da Varig repercutiu no mercado financeiro e, após uma queda de 9% em um mês, as ações da empresa tiveram alta de 92,9% na quinta-feira 16. Detalhe: o governo considera insolúvel a dívida da Varig, que já ultrapassa US$ 1,8 bilhão.