29/12/2004 - 10:00
Depois de sua estréia auspiciosa como diretor do premiado Memórias do medo, em 1981, o cineasta mineiro Alberto Graça dedicou-se exclusivamente à produção executiva, trabalhando para nomes como Ana Carolina, Ruy Guerra, Miguel Faria e Hugo Carvana. Em 1999 teve uma recaída. Ao lado de Leopoldo Serran, escreveu O dia da caça, um roteiro policial envolvendo drogas, sexo e corrupção que não fica nada a dever aos similares americanos e europeus. O que se assiste é à história de Nando (Marcello Antony), um garotão tirado do tráfico, ironicamente, por um supertraficante. Personificado pelo diretor Nelson Pereira dos Santos, Canosa só aparece em fotos.
Limpo por três anos, Nando é procurado por Branco (Jonas Bloch), policial corrupto que pretende invadir em benefício próprio o mercado da cocaína proveniente da Colômbia, até então nas mãos de Canosa. Acompanhado por Vander (Paulo Vespúcio Garcia), ex-companheiro do Exército transformado em travesti psicopata e assassino, o garotão cai em uma armadilha envolvendo ainda o casal de traficantes franceses Monalise (Barbara Schulz) e Yves (Jean-Louis Tribes). A partir daí, o thriller se transforma em road movie. Os principais trunfos de Graça são justamente o roteiro movimentado e o elenco, que contou – além dos franceses Barbara e Tribes – com um dream team de vilões globais. Entre outros, Bloch, Felipe Camargo, Oscar Magrini, Milton Gonçalves, Roberto Bomtempo e Herson Capri.