13/07/2005 - 10:00
O presidente Lula precisa sincronizar o seu passo com a vertiginosa velocidade dos acontecimentos que vêm deteriorando seu governo. E, no caso, sincronizar significa acelerar. Acelerar com cuidado, destreza e sabedoria, mas acelerar bastante, porque tudo que é ruim está acontecendo muito rapidamente. Os incêndios e explosões não param de pipocar desde as ações do deputado Roberto Jefferson, que, como um fanático integrante das forças da Al-Qaeda, caprichosamente dinamitou os alicerces da República. Pode-se falar tudo contra o deputado Roberto Jefferson. Mas não se pode dizer que ele é ruim de mira. O núcleo duro de Lula derreteu como o reator defeituoso de um submarino nuclear.
Lula participou da reunião do G-8 em Gleneagles, na Escócia, voltou e empossou parte de seu renovado Ministério. Uma boa surpresa foi o nome de Luiz Marinho, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e da CUT, para o Ministério do Trabalho. Mas não é o suficiente. O comandante, perdão, o presidente, necessita refazer seu estado-maior, reduzido a um patético “estado-menor”. E tem de fazer isso, sob intenso e crescente bombardeio, de maneira rápida e certeira. Ele já errou a primeira vez. Não pode errar mais. Tem de afastar, sem titubear, os que forem caindo sob o tiroteio das acusações de corrupção. O presidente tem de mostrar que tem alguém no leme da embarcação. Tem de mostrar isso com clareza. Tem de mostrar que decide. Ele tem de mostrar que o País está sendo governado. De novo, ele não tem tempo de errar mais.