13/07/2005 - 10:00
No ar fica aquela dúvida: “Eu já vi esse filme antes!” E viu mesmo. Refilmagens são um bom negócio. Quem não se lembra dos bons tempos? Caso das aventuras de Herbie, o fusca que fazia estripulias impensáveis nas telas naqueles longínquos e pré-spielbergianos anos 1960; da Feiticeira da televisão que mudava o mundo ao franzir o mimoso narizinho; ou do inacreditável Willy Wonka, fabricante de chocolates inigualáveis, criado pelo galês Roald Dahl em 1964. Pois um a um eles foram reconvocados por Hollywood para divertir novas gerações, especialmente aquela que se encontra em férias no mês de julho – incluindo aí os papais cinquentões.
À frente no grid de largada, Herbie: meu fusca turbinado (Herbie: fully loaded, Estados Unidos, 2005), que estréia na sexta-feira 15, traz de volta o Volkswagen sedan 1963 de número 53, ídolo das matinês. O simpático carrinho, em seu quinto filme desde Se meu fusca falasse, de 1968, começa abandonado em um ferro-velho. Uma carta deixada no porta-luvas dá a dica: trata-se de um carro especial. A nova dona é Maggie Peyton (Lindsay Lohan, de Garotas malvadas), um talento nato para as corridas, no que é impedida pelo pai, Ray (Michael Keaton). Logo, o fusquinha
deixa de ser um quebra-galho para se tornar um bólido invencível que derrotará o arrogante Trip Murphy (Matt Dillon). A diretora Angela Robinson não disfarça que é especializada em filmes teens-feministas.
Sem esconder seu lado rosa-choque, Nora Ephron, dos filmes de Meg Ryan, é responsável pela nova versão de A feiticeira. Com estréia em setembro, mas já faturando os tubos nos Estados Unidos, o filme oferecia como maior dificuldade a escolha da intérprete de Samantha, a sensual dona-de-casa de poderes mágicos, vivida na televisão entre 1964 e 1972 por Elisabeth Montgomery. A princípio pensou-se em Jennifer Aniston, Alicia Silverstone, Cameron Diaz e Gwyneth Paltrow. O mesmo nariz empinado que Nicole Kidman ocultou para representar Virginia Woolf em As horas garantiu-lhe o papel desta vez – comenta-se que a atriz foi proibida de franzir o belo apêndice em público até a estréia do filme. Will Ferrell faz o Darren, o marido, vivido na tevê sucessivamente por Dick York e Dick Sargent. Em agosto, a série estará disponível em DVD.
Em matéria de substituições, quem saiu ganhando foi Willy Wonka, o enigmático personagem de A fantástica fábrica de chocolate (Charlie and the chocolate factory, Estados Unidos, Inglaterra, 2005), que estréia na sexta-feira 22. Gene Wilder, que
fez o papel em 1971, antes de tornar-se conhecido pelas comédias de Mel Brooks, cedeu o lugar para ninguém menos que Johnny Depp, há pouco considerado o homem mais charmoso do mundo. Na direção, o velho amigo Tim Burton, que
o revelou para o mundo em Edward mãos de tesoura. Nostalgia é um bom
negócio. Que o diga a literalmente escultural Joana Prado, que fez sucesso como
A Feiticeira. Vestida de Jeannie é um gênio!