12/07/2006 - 10:00
Ao excêntrico ditador comunista da Coréia do Norte, Kim Jong Il, não escapa nenhuma oportunidade de fazer propaganda. A última foi em 4 de julho, Dia da Independência dos EUA, quando seu país anunciou que testara seis mísseis de curto e médio alcance, lançados sobre o mar do Japão. Um dia depois, um sétimo projétil também foi lançado. Entre os mísseis testados estava o Taepodong-2, que, com seis mil quilômetros de alcance, teoricamente poderia atingir o Alasca e cidades litorâneas da Costa Oeste dos EUA. Os protestos da comunidade internacional, EUA e Japão à frente, foram tímidos se comparados com a histeria de 2003 em torno da suposta existência de armas de destruição em massa no Iraque.
Embora os testes aparentemente tenham fracassado, o gesto político da Coréia do Norte visa ditar o ritmo das negociações do Grupo dos Seis (EUA, Reino Unido, Coréia do Sul, China, Rússia e Japão) em relação ao programa nuclear norte-coreano, sabidamente militar. O grupo tenta convencer o regime comunista a voltar a aceitar inspeções. Até agora, Kim conseguiu provocar uma reunião do Conselho de Segurança da ONU e o aumento dos preços do petróleo, que passou dos US$ 75 o barril.