Graças a Lula, outro presidente, o da Bolívia, começa 2008 com fôlego extra na grave crise política de seu país. Evo Morales está sendo torpedeado pela oposição por não aceitar as reivindicações de quatro departamentos do leste e do sul (a porção boliviana conhecida como Meia Lua) que querem autonomia em relação ao governo central para criar suas próprias leis, manejar recursos naturais e comandar seus setores de transporte, saúde, educação e economia. A insurreição ainda é complementada pelas críticas da oposição às mudanças que Morales fez na Constituição. O apoio de Lula não poderia ter vindo em melhor hora. Os governos do Brasil e da Bolívia assinaram recentemente nove acordos de cooperação, sendo que o principal deles é o que marca a retomada dos investimentos da Petrobras naquele país – interrompidos quando Morales nacionalizou as reservas de petróleo e gás natural. Agora ficou acordado que a Petrobras investirá entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão na exploração de gás natural. Espera-se que, dessa vez, Morales não rasgue contratos unilateralmente. A reaproximação de Lula também ajuda a Bolívia a se distanciar do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Há na Bolívia uma rejeição à ingerência de Chávez na vida política do país.