11/02/2009 - 10:00
Expert Elizabeth II visitou a sede do Google e aproveitou a ocasião para colocar no ar o canal real no YouTube
Ela, sangue nobre e vida de rainha, dispõe de aproximadamente 20 mil agentes de um fantástico serviço secreto de inteligência e segurança – é como se estivesse numa bolha, isolada do mundo. Por exemplo: o ar que respira, onde quer que esteja ou vá, é constantemente monitorado contra eventuais ataques terroristas que possam utilizar armas químicas, e isso vale tanto para os momentos em que está em casa, no Palácio de Buckinghan, em Londres, quanto para os passeios. Agora, um dado surpreendente dessa senhora: ela está com 82 anos, e é com essa idade que se torna cada vez mais fanática pela internet e por toda a parafernália tecnológica que a cerca. É isso: Elizabeth II, rainha da Inglaterra, deu para falar só de bits e bytes, e-mails e videocast e Google Maps. Ainda vive, é claro, cercada de segurança, mas o fato é que saiu da bolha e levou consigo o marido, o duque de Edimburgo, que hoje, aos 87 anos, passa horas e horas, sobretudo à noite, navegando em seu notebook e celular. Na semana passada, o casal conversou sobre informatização. Decidiu-se que até 2012 estará turbinada a rede de conexão de todo o Reino Unido.
O projeto de montar uma rede mais moderna nasceu de uma irritação pessoal da rainha. "Está tudo muito arcaico e ultrapassado, quero melhores suportes técnicos e novas ferramentas", disse Elizabeth II quando encomendou um novo site a Tim Berners-Lee. A bronca real foi dada naquele que é o gênio do mundo virtual e pai da web, ou seja, o criador do famoso "www" (World Wide Web). Entre as exigências para a sua home page, a rainha quer ganhar mais material de arquivo e melhor interação com serviços como o localizador Google Maps e o YouTube, seus programas favoritos.
"Ela quer mapa para que o internauta saiba das visitas reais conforme for passando o mouse sobre ele", diz Berners-Lee. Como já se afirmou, a rainha rompeu a bolha do isolamento – e isso para desespero dos órgãos de segurança, que consideram que sua privacidade está agora bastante vulnerável. A imprensa britânica revelou, por exemplo, que ela manda sem o menor cuidado emails pessoais com histórias apimentadas. Enfim, diverte-se: ri alto com clipes no YouTube e diz a amigos para "darem um Google" quando lhe apresentam dúvidas sobre determinados assuntos.
De cara nova O novo site terá ferramentas para interação virtual
Para provar aos reis da computação a sua gratidão pelos avanços modernos, a rainha lança mão da tradição: agracia-os com títulos. Além de Tim Berners-Lee, que se tornou Cavaleiro da Ordem do Império Britânico juntamente com o magnata da Microsoft Bill Gates, também o chefe de designer da Apple, Jonathan Ive, foi condecorado com o título de Comandante da Mais Excelente Ordem do Império Britânico. Ele desenhou o equipamento preferido pelos netos da rainha, o iPod. Na semana passada, o Ministério das Comunicações da Inglaterra (cerca de 60% do país tem banda larga) anunciou que o projeto de internet rápida estará concluído em três anos, e isso significa que a rainha entrará no ritmo de dois megabits por segundo. "As redes digitais são tão essenciais para o nosso prestígio quanto a tradição do chá", disse o primeiro- ministro inglês, Gordon Brown.
FEBRE Eduardo Paes (ao centro) e seus secretários (esq. à dir.) Vinícius Viana, Pedro Paulo Carvalho, Alexandre Sansão
e Cláudia Secin: vida e trabalho no smartphone BlackBerry
Lula desconectado
Há desconectados e conectados nas diversas esferas do poder no Brasil – e ninguém é melhor ou pior em gostar ou não de apetrechos tecnológicos. O presidente Lula, por exemplo, não gosta. Há um microcomputador em seu gabinete (quase todos do Palácio do Planalto são das marcas Positivo e Amazon), mas Lula raramente acessa a internet. Não é do tipo que passa e-mail, não tem celular com câmera e não faz uso de notebook. BlackBerry, nem pensar. Especialistas da PF, entrevistados por ISTO É, agradecem: essa parafernália é peneira na chuva no terreno das interceptações. No bloco dos conectados estão, por exemplo, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o líder do DE M no Senado, José Agripino Maia – e num crescendo de paixão tecnológica. Dilma não sai sem notebook e celular. Mas é só. Já Paes faz uso constante do moderno BlackBerry. E Agripino tem nas mãos o sonho de todo informaticômano: um iPhone da Apple.