O diálogo entre o Itamaraty e a
família do engenheiro João José de Vasconcellos Jr., seqüestrado no
Iraque em 19 de janeiro, está praticamente rompido. A irmã do engenheiro,
Isabel Vasconcellos, soube na semana passada que o embaixador Ouro-Preto – designado pelo governo brasileiro para apurar o seqüestro no Iraque – tinha retornado ao Brasil no início de maio e nem sequer deu um telefonema para dizer “pelo menos, que não tinha notícias”. Depois de muito insistir, Isabel conseguiu falar com o embaixador e desabafou a surpresa. Segundo ela, Ouro-Preto disse: “Mas a senhora não sabia que eu tinha voltado? A imprensa toda noticiou…” Ao que ela respondeu: “Como cidadã, acho que a informação que devo receber não é pela imprensa e sim pelo Itamaraty”.

A mãe do engenheiro, Maria de Lourdes Vasconcellos, 78 anos, saiu de seu silêncio. “Vou rezar porque só me resta Deus para conseguir que este seqüestro chegue ao fim. A ajuda dos homens falhou.” Segundo Isabel, “o Itamaraty desconsiderou a aflição da família”, que, a essa altura, quer apenas esclarecer o que aconteceu com João José. “O governo brasileiro está inerte. Estamos indignados e queremos lembrar que o João ainda é um cidadão brasileiro.