08/06/2005 - 10:00
Mais de um ano depois do início das obras – em que mil homens trabalharam 24 horas em revezamento – e com atraso de duas semanas em relação à data inicial de inauguração – por causa de greve na construção civil –, a mega Daslu, o imponente império do luxo de 20 mil metros quadrados, abrirá suas portas para o público na quarta-feira 8, em São Paulo. Neste fim de semana, só poderão conhecer a loja os felizardos que receberam um refinado convite. Ainda sobre tapumes e andando por entre manequins desnudos e caixas de roupas, na quinta-feira 2 IstoÉ esteve no local. E pôde conferir não apenas como se acertam os últimos detalhes de um investimento estimado em R$ 200 milhões, mas quais serão os cantos e produtos mais interessantes desse fascinante castelo de cristal. A alameda de entrada, ainda envolta na poeira da construção, foi planejada para receber principalmente carros. Pedestres até podem entrar, mas terão que empreender uma caminhada. Curiosos motorizados, sem cadastro, estão em desvantagem. O estacionamento – com manobrista e sistema de entrega de compras no veículo através de uma esteira rolante – só será gratuito para clientes com ficha na Daslu. Quem não estiver cadastrado pagará o módico precinho de R$ 35, a hora.
Carro estacionado, o cliente entra pela porta principal que dá acesso ao maior átrio da megaloja de três andares, chamado de gazebo do leão. Desse coração central, saem os cômodos da Chanel, da livraria Saraiva (que venderá títulos editados com exclusividade para a Daslu) e do elegante restaurante Leopoldina. Em volta e acima deles, estão os demais corners: Gucci, Prada, Dolce & Gabbana, Apple, Nike, Volvo, Jaguar e outras tantas grifes. A loja da Louis Vuitton será a maior da América Latina e terá todos os produtos da marca. “São ao todo 80 pequenos negócios”, contabiliza a dona do empreendimento, Eliana Tranchesi.
Tranqüila, como se não estivesse dando o passo mais ousado de sua carreira, na quinta-feira, véspera da apresentação oficial da nova Daslu à imprensa, Eliana circulava pela loja de olho nos últimos acertos. “É um filho, sabe?”, comentava. “A gente vê crescendo, mas quando olha como ele é lindo, se derrete, toda coruja.” De fato, a loja é de uma beleza estarrecedora. Não tem cara de loja de departamento, nem de shopping, nem de qualquer outra coisa que os olhos já radiografaram. O estilo lembra o da antiga Daslu, que ocupava 12 mil metros quadrados no bairro da Vila Nova Conceição, em São Paulo, mas o tamanho é de palácio.
E vende absolutamente de tudo. De bonequinhas da Hello Kitty a helicópteros – um Robinson 22 – como o que decora o novo átrio da Daslu Homem. Pode-se comprar barcos, almoçar, relaxar no spa urbano. O único desfalque entre tantas grifes quase foi a da marca inglesa Burberry. Um caminhão recheado com bolsas, sapatos, gravatas e jeans que custam entre R$ 500 e R$ 3 mil foi roubado ao sair do Porto de Santos, no sábado 28. Mas na quinta-feira tudo foi recuperado. A inauguração também terá a exposição 17.593 dias de Daslu, organizada pela artista Bia Lessa, e que recupera a memória da loja desde a época em que funcionava numa pequena casa na zona sul de São Paulo.