A correspondente do The New York Times em Portugal, Lorena Dorff, deixou Lisboa rumo ao Rio de Janeiro numa busca desesperada de seu pai desaparecido, um pesquisador canadense que detinha grande e valioso segredo. A viagem desabalada à capital fluminense era também uma tentativa de salvar a própria pele – Lorena percebera que estava sendo seguida. É assim que a jornalista se lança numa vertiginosa aventura existencial ao lado de um grande amigo, o italiano Luca, e do desconhecido Thomas Stanton, a quem se afeiçoa por ser ele um bom amigo de seu pai. Está formado o trio de protagonistas que conduz a narrativa do romance Lemniscata – o enigma do Rio (Editora Suma de Letras, 365 págs., R$ 44,90), primeiro livro do escritor Pedro Drummond.

THRILLER
Drummond sabe prender a atenção do leitor: “Ele não pode ter vontade de parar”

Nos bons romances policiais, a impressão que se tem no início sobre alguns personagens pode se transformar por completo ao final da história. Em Lemniscata não é diferente. E, por vezes, isso se dá de forma até impiedosa. Mas é justamente essa a intenção: “O leitor gosta de se sentir enganado”, diz Pedro Drummond, revelando que cada “engano” foi meticulosamente planejado. Formado em engenharia eletrônica, o autor coloca o seu conhecimento técnico a serviço da imaginação literária, criando enigmas matemáticos e sutilezas de espionagem que contribuem para elevar a temperatura da ação.

 

As ameaças rondam todo o tempo a busca da protagonista Lorena por um antigo mapa que guarda o segredo de um tesouro de jóias e pedras preciosas escondido em algum local do Rio. Ela acredita que indo em sua direção poderá desvendar o destino de seu pai. Ao descobrir que um livro antigo guarda o segredo, o grupo inicia uma corrida contra o tempo pelos pontos turísticos cariocas mais belos e admirados, entre eles a Vista Chinesa, o Museu de Arte Sacra e o Pão de Açúcar. A narrativa agil é a estratégia do autor para conquistar o leitor. “Ele não pode ter vontade de parar”, diz Drummond, para quem esse tipo de literatura ainda é pouco explorada no Brasil. Lemniscata (que significa infinito em latim) funde ação e emoção num thriller que lembra o estilo de autores americanos como Sidney Sheldon ou Dan Brown, autor de O código da Vinci. Como nas obras desses escritores, a narrativa de Lemniscata é construída à semelhança dos filmes de suspense, recheada de curiosidades e informações históricas.