Se reza o ditado que em casa de ferreiro o espeto é de pau, Pedro Lourenço é a exceção à regra. Filho dos estilistas Reinaldo Lourenço e Glória Coelho, o jovem de 14 anos desenha desde os cinco. Já foi estilista da grife Carlota Joaquina e desde o início do ano assina as criações de uma grife com seu próprio nome. Bom aluno, cursa a oitava série em uma escola badalada da capital paulista e, recentemente, ganhou um artigo elogioso no suplemento de moda do americano The New York Times. No texto, o jovem foi comparado a Zac Posen, o prodígio fashion que brevemente entrará para o círculo das grifes importantes e que hoje veste desde a editora da Vogue inglesa, Anna Wintour, até a atriz Angelina Jolie. Pedro, no entanto, não gosta da comparação. “Acho que a única coisa que temos em comum é a juventude, pois não acompanho o trabalho de Zac”, diz.

Fisicamente, Pedro é um garoto como qualquer outro de sua idade. Tem a voz desafinada e os cabelos displicentemente despenteados. Já seu guarda-roupa, como não poderia deixar de ser, passa longe dos modismos de sua turma. “A Dior é minha grife preferida e os meus ídolos são Coco Chanel e Christophe Balenciaga”, conta o jovem, ciente de que sua preferência não é nada comum entre adolescentes. Fora do mundo das agulhas, o precoce estilista tenta levar uma vida comum. Vai à escola, tem amigos e se diverte assistindo a novelas. “Procuro encarar a televisão como um descanso, sem pensar nas roupas das personagens. Mas há coisas terríveis. Você viu o Oscar da Globo, por exemplo? Ai…”, diz, referindo-se à festa de 40 anos da emissora carioca.

Orgulhosos, os pais do menino prodígio fazem de tudo para não queimar etapas na vida do filho. “Por mim ele teria começado a desenhar mais tarde. Mas foi difícil contê-lo”, diz a mãe, Glória Coelho. “Aos seis anos, ele entrou no quarto onde ficava minha máquina de costura e, não se sabe como, colocou a linha na agulha e saiu costurando”, completa o pai, Reinaldo.