01/06/2005 - 10:00
Pela primeira vez será implantado no Brasil um programa de escolarização para jovens e adultos (EJA) com o uso de novas tecnologias. É o EJA Digital. Voltado a jovens com mais de 16 anos e adultos, que não estudaram da quinta à oitava série, o programa também garantirá a especialização de professores que atendem esse público. A iniciativa poderá ser adotada por secretarias de Educação, instituições públicas e privadas de todo o País. O projeto, criado pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação (Cenpec) e pela Klicknet, foi lançado em São Paulo na segunda-feira 23.
Trinta e cinco milhões de brasileiros só completaram a quarta série do ensino fundamental. Entre essa parcela, apenas quatro milhões têm acesso à escolarização no momento. A pobreza e a dificuldade para a adaptação na escola estão entre as razões que os levam a não concluir o estudo básico. O EJA Digital terá atividades de estudos online e presenciais. Começará com uma imersão em novas tecnologias e contará com oficinas culturais. Dentro da sala de aula, o aluno terá a obrigatoriedade de assistir a apenas duas horas de aula semanais. “Ele aprenderá em casa, em telecentros ou no seu local de trabalho”, explica Maria do Carmo Brant de Carvalho, coordenadora-geral do Cenpec.
Um dos objetivos é combater a evasão, muito alta nesse segmento. Por causa do trabalho, os adultos não conseguem freqüentar aulas todas as noites. “Nosso diferencial são os novos recursos para favorecer a aprendizagem, a flexibilização dos horários, a freqüência aos ambientes de ensino e os conteúdos curriculares a serviço de uma educação cidadã”, diz Patrícia Rousseaux, sócia-diretora da Klicknet. O curso totalizará 1.600 horas, durante 22 meses, para o aluno e 360 horas para a formação de professores. Utilizará tanto os programas pagos Windows como o Linux, o mais conhecido e usado software livre do mundo. Participaram do lançamento representantes do Ministério da Educação, das secretarias de Educação do Estado de São Paulo e dos municípios de São Paulo e Santo André, além de organizações como Fundação Bradesco, Instituto Ayrton Senna, Fundação Telefônica, Fundação Abrinq, PUC-SP e as empresas Natura e Microsoft.