01/06/2005 - 10:00
Para quem está procurando emprego, os números divulgados na semana passada sobre o desemprego não significam muita coisa. Mas é bom saber que está havendo uma pequena melhora no nível de ocupação nas principais regiões do País. Na região metropolitana de São Paulo, motor da economia nacional, por exemplo, foram criados 434 mil empregos nos últimos 12 meses, segundo a pesquisa do mês de abril da Fundação Seade/Dieese. É muito pouco perto do 1,753 milhão de trabalhadores que ainda estão sem ocupação. Mas o que tem animado os técnicos da Fundação é o fato de que, apesar da taxa de desemprego ter tido uma ligeira alta – de 17,3% em março para 17,5% em abril –, está havendo, sim, maior número de contratações, ainda insuficientes em relação ao contingente de pessoas que estão entrando no mercado (só em abril foram 107 mil). Outro dado positivo é que tem aumentado o emprego com carteira assinada. “Tivemos um começo de ano melhor que nos anos anteriores”, diz Alexandre Loloyan, coordenador da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Seade/Dieese.
Os números do levantamento de abril do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) também apontam uma melhora sutil no emprego nas seis
maiores regiões metropolitanas do Brasil – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife. Nesses locais, a taxa de desemprego
caiu 2,3 pontos porcentuais, se comparada com a de abril do ano passado, ou seja, passou de 2,8 milhões para os atuais 2,4 milhões de trabalhadores sem emprego (criação de cerca de 400 mil empregos). Em relação a março, o porcentual permaneceu nos 10,8%, um bom sinal, já que a tendência a partir de agora é de
uma retomada nas contratações. O problema ainda é a queda dos rendimentos
dos trabalhadores. Em abril, houve uma redução de 1,8% se comparado a março
(a média para os que têm carteira assinada ficou em R$ 938). “Essa queda pode ser explicada pelo efeito da inflação e também porque entrou gente ganhando
menos e saiu gente que ganhava mais”, explica Cimar Azeredo, técnico do IBGE.
A dúvida agora é quanto à evolução do emprego nos próximos meses, que, na avaliação de Loloyan, vai depender de a economia continuar crescendo e vencer alguns desafios como a questão do câmbio e dos juros. “Estamos nos aproximando da hora da verdade”, diz ele. O trabalhador também.