25/05/2005 - 10:00
Terrorismo foi o que o governo da ex-república soviética do Uzbequistão, na Ásia Central, praticou contra seus cidadãos na semana passada. Tropas do Exército atacaram com blindados manifestantes em Andijan, no leste do país, matando pelo menos 500 pessoas. Os protestos ocorreram porque o presidente Islom Karimov, um déspota nada esclarecido que governa o país desde 1990, mandou prender 23 empresários acusados de integrar um grupo islâmico radical ilegal. Na sexta-feira 13, em Andijan, uma multidão invadiu a prisão e libertou os prisioneiros. Além do banho de sangue, outros 600 uzbeques fugiram para o vizinho Quirquistão.
País de maioria muçulmana (88%), o Uzbequistão é um forte aliado dos EUA na luta contra o terrorismo. Os americanos mantêm uma grande presença militar no país para operar no Afeganistão, o que vem provocando uma onda de atentados terroristas. Apesar disso, Karimov usa o combate ao terror para intimidar toda a oposição. Nos últimos anos, vários governos do ex-bloco soviético, como Ucrânia, Geórgia e Quirquistão, foram varridos por manifestações populares.