DESENHO O edifício tem fachada com vigas que se cruzam. Sua silhueta se estreita nos pisos superiores

O francês Jean Nouvel, 62 anos, é uma grife na arquitetura mundial. Entre os edifícios que projetou estão o Arab World Institute, em Paris, a torre Agbar, de Barcelona, o The Hotel, em Lucerna, na Suíça, e a Torre Dentsu, em Tóquio. Agora, Nouvel – dono de medalhas de ouro conferidas pela Academia Francesa de Arquitetura e pelo Instituto Real de Arquitetos Britânicos – está encarregado de mais uma obra digna de arrancar suspiros. Entre cinco nomes estrelados, ele foi o escolhido pela incorporadora americana Hines como designer de um luxuoso prédio em Nova York que se erguerá ao lado do Museu de Arte Moderna, o MoMA.

Com uma requintada fachada de aço e vidro, o novo edifício terá 75 andares, brilhantes vigas entrecruzadas na fachada e uma silhueta que se estreita rumo ao céu. O projeto de Nouvel é explicado como um grito de liberdade. Mais do que isso, ele pretende ser um novo ícone de design na cidade que tem como cartão-postal o Empire State Building, obra-prima de 1931 em art déco, além dos prédios Woolworth (de 1930, em estilo gótico e projetado por Cass Gilbert) e Chrysler (também de 1930, com desenho de William Van Allen), apenas para citar outros exemplos de sua celebrada arquitetura. O francês já havia sido contratado pela Hines para fazer o projeto de outro prédio em Nova York, no SoHo.

Situada em um terreno estreito no centro de Manhattan, entre as ruas 53 e 54 a oeste do MoMA, a torre abrigará um hotel sete-estrelas com 100 quartos e, nos pisos superiores, um conjunto de condomínios residenciais de padrão AA. As pré-vendas devem ser iniciadas dentro de um ano. Um restaurante e um lounge também estão previstos, mas funcionarão no subsolo do prédio. Eles serão revestidos em vidro, permitindo que os pedestres visualizem o interior dessa parte do edifício. O custo total do projeto não foi revelado.

O novo arranha-céu de Nova York terá também três andares, do segundo ao quinto, destinados a exposições do museu. Esses espaços serão conectados a galerias da instituição. No início do ano, o MoMA tinha vendido à Hines por US$ 125 milhões a área adjacente a seu prédio, um terreno que até 2002 pertenceu ao histórico City Athletic Club antes de ser adquirido pelo museu. Porém já estava nos planos da diretoria da instituição abrir mais espaço para suas obras de arte. Isso apesar de ter concluído em 2005 um projeto de expansão que lhe custou US$ 858 milhões. Foi construído um anexo projetado pelo arquiteto japonês Yoshio Taniguchi. O edifício desenhado por Nouvel fará conexão com esse anexo. Ao que parece, será mais uma atração da cidade.