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AFINIDADES À vontade, FHC e Tasso em busca de novos rumos para os tucanos

Era só felicidade, cordialidade e bom comportamento. José Serra de bem com Aécio Neves, que idolatrava Fernando Henrique, que cortejava Tasso Jeiressati. A poucos dias de completar 19 anos, e num clima de festa, o PSDB deu oficialmente a largada rumo às eleições de 2010. Com as amarguras internas postas de lado, dezenas de dirigentes E e filiados do partido se reuniram em Brasília na semana passada para discutir o "PSDB e os novos desafios para o Brasil". O seminário (o primeiro de uma série de cinco até a realização do Congresso, que acontecerá em setembro) serviu para amainar a fogueira das vaidades e também para uma análise conjuntural.

Longe de ser uma catarse política, os tucanos praticaram seu esporte preferido: bater no governo Lula. Mas como só isso não rende votos, eles concluíram que é preciso dar uma outra cara ao PSDB. Durante os discursos, a idéia de "reformulação do partido" foi a que mais agradou aos presentes. Para FHC, somente uma "revolução" colocará o País nos trilhos. "Temos de mudar a mentalidade e a maneira de encarar os problemas. A escola tem de ser o eixo dessa revolução," disse ele.

Para os peessedebistas, o partido terá de rever a forma de se comunicar com o eleitorado, se pretende avançar até 2010. Ou seja, os tucanos terão de investir na imagem e no visual do partido, mas sem esquecer o que eles consideram conquistas. "O PSDB é o partido que deu o grande salto de modernização neste País. Cabe-nos agora reformar e reformular esse programa, colocar novamente os nossos desafios", disse o presidente da sigla, Tasso Jereissati, senador pelo Ceará.

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ELETIVAS José Serra e Aécio Neves quase esqueceram a disputa para suceder Lula

O ex-presidente FHC, lógico, não poupou o governo: "O PSDB deve explorar, por exemplo, a pífia geração de empregos no governo Lula e a informalidade do mercado de trabalho. Assim como deixar claro que fizemos as privatizações e que elas foram realizadas sem roubo." E emendou: "Temos de ter grandeza e mostrar que o País vai ser muito melhor quando nós ganharmos de novo e voltarmos a comandar o Brasil em 2010." No final, o clima era tão cordial que até o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, se esqueceu de seu rival José Serra. "Não sei por onde irei caminhar, mas certamente será ao lado de vocês", disse o mineiro.