A hipertensão atinge cerca de 600 milhões de pessoas no planeta e a diabete, 194 milhões. Além da enorme incidência, as duas têm em comum o fato de serem silenciosas. Quando surgem os primeiros sinais, muitas vezes já causaram estragos consideráveis, principalmente nos vasos sangüíneos. Por mecanismos diferentes, elas fragilizam os canais por onde o sangue circula. E isso tem sérias repercussões. As microlesões nas paredes das artérias do coração, por exemplo, facilitam o depósito de gordura nos vasos. Se esse processo não for interrompido, pode culminar no infarto.

Um dos recursos mais recentes para medir o nível de prejuízos causados pelas doenças é o exame de microalbuminúria. Ele revela se o rim está expelindo além do normal fragmentos de uma proteína do organismo, a albumina. O resultado positivo indica que há um comprometimento importante dos vasos do órgão, causado por uma ou pelas duas enfermidades (não é raro que um mesmo paciente seja hipertenso e diabético). Dessa maneira, mostra a necessidade de um controle mais rigoroso para impedir o avanço das enfermidades. “A microalbuminúria é um indicador de que os outros vasos do organismo podem estar na mesma situação”, diz o nefrologista Roberto Franco, da Universidade Estadual de São Paulo. Mas o exame ainda é pouco usado pelos especialistas. Por isso será alvo, a partir de junho, de uma campanha do laboratório Sanofi-Aventis, que disponibilizará dez mil kits testes para especialistas avaliarem a microalbuminúria em seus pacientes hipertensos e diabéticos.