Por US$ 900 milhões (cerca de
R$ 2 bilhões) o empresário Abilio
Diniz entregou metade do controle
do grupo Pão de Açúcar para os franceses da rede varejista Casino. Anunciado na quarta-feira 4, o negócio abre caminho para uma possível aposentadoria de Diniz a partir de 2012, quando o Pão de Açúcar deverá se tornar tão francês quanto o Carrefour, seu maior rival. “Antes do oitavo ano do acordo, não acontece nada”, avisa Diniz, que também se livra de um complicado processo de sucessão familiar, problema que, no passado, sentiu na pele. Pelo acordo, o Casino só poderá se tornar majoritário a partir de 2011. Até lá, o empresário brasileiro continua dando as cartas à frente da rede de supermercados.

Conduzido por Diniz e Jean-Charles Naouri, o homem forte do Casino, o negócio só foi fechado na madrugada da terça-feira 3, quando ficou definida a nova engenharia societária e toda a papelada foi assinada. Tanto o Pão de Açúcar quanto o Extra serão controlados agora por uma holding cujo comando será dividido meio a meio entre Diniz e o sócio francês. O acordo já é visto como um dos maiores da história recente do setor no Brasil. Os franceses pagarão Diniz em três parcelas. A primeira, no valor de R$ 1 bilhão, será paga ao empresário em dinheiro e deve reforçar o caixa da companhia e ajudar a reduzir dívidas. Outra parcela terá pagamento na forma de ações preferenciais, no valor de 12,5 bilhões, que o Casino possui na Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), a controladora das redes Pão de Açúcar e Extra. Diniz vai embolsar ainda mais US$ 200 milhões em títulos que poderão ser transformados em ações do grupo Casino, o que fará do empresário brasileiro o quinto maior acionista da empresa francesa. Com dinheiro em caixa, a companhia de Diniz passa a respirar mais aliviada e pode se proteger melhor da acirrada concorrência, como a do gigante americano Wal-Mart. Também ganha fôlego para continuar sua expansão e crescer.