Com a proximidade das eleições e do início de um novo mandato presidencial – independentemente de quem leve a disputa –, cresce a urgência em torno da tão prometida e pouco discutida reforma política. Todos sabem, é absolutamente essencial que ela saia o quanto antes, dado o novo quadro que se estabeleceu na política brasileira pós-mensalões e sanguessugas. O Congresso em 2007 vira o taxímetro com novos eleitos, mas seguirá dividido e desgastado. Há tempos que o Parlamento se transformou na agremiação política do “cada um por si”. Partidos nanicos mandam muito e fidelidade partidária nunca passou de uma quimera. O primeiro passo de mudança está sendo dado agora com a cláusula de barreira, que estabelece pisos mínimos de votos para a constituição de partidos políticos. Mas é preciso muito mais. É vital colocar o País em funcionamento e, para que isso aconteça, o futuro governo, seja ele qual for, não pode ver travada a sua pauta de projetos, que dependem da aprovação do Legislativo. O toma-lá-dá-cá que se implantou no Congresso precisa ter fim. O futuro presidente, para governar, já sabe de antemão que precisa das chamadas alianças políticas. Mas elas não podem ser firmadas exclusivamente com os caciques partidários. Precisa de sustentação das bases. Uma sustentação que hoje inexiste, dado que deputados e senadores seguem a cartilha do “eu por eu mesmo”, sem punições. E estabelece-se o comércio de votos. A reforma política mostra-se vital não apenas porque tende a moralizar a votação, eliminando o esquema de barganhas, mas pelo que pode contribuir na agilidade da pauta de questões fundamentais para a modernização do País. Não dá mais para esperar.