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Pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal do Rio de Janeiro descobriram mais um tesouro da biodiversidade brasileira. Depois de quatro anos de estudo, os cientistas concluíram que um composto extraído da copaíba, árvore comum nas regiões Norte e Centro-Oeste, apresenta poder antiinflamatório praticamente duas vezes maior do que o dos remédios do gênero mais populares. E, tão bom quanto esse achado, eles também criaram uma maneira de encapsular a substância para que ela possa ser vendida.

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A descoberta é o centro da tese de doutorado da farmacêutica Mônica Freiman de Souza Ramos, professora da universidade fluminense. Ela desenvolveu sua pesquisa na USP de Ribeirão Preto, em São Paulo, sob a orientação de Osvaldo de Freitas. Seu primeiro objetivo era descobrir se existia fundamento científico no uso popular do óleo de copaíba, utilizado como cicatrizante e anti-séptico. Em estudos feitos em animais, Mônica constatou que um composto, o beta-cariofileno, de fato apresentava poder terapêutico, mas como antiinflamatório. “Ele possui cerca de duas vezes mais atividade contra inflamações do que o dicoflenaco de sódio”, conta a cientista, comparando a substância a um dos antiinflamatórios mais conhecidos. Em relação aos outros dois possíveis benefícios, não houve confirmação porque o estudo não buscou analisá-los.

O problema é que o princípio ativo está presente em uma parte volátil do óleo. Ou seja, era preciso encontrar um jeito de aproveitá-lo de forma efetiva. Foi então que a pesquisadora criou um método de secagem e encapsulamento da substância de maneira que ela pudesse ser administrada às cobaias. O próximo passo é partir para a investigação dos efeitos do composto em seres humanos.