16/08/2006 - 10:00
Há oito meses, o saxofonista Caio Mesquita,16 anos, se apresenta todo domingo no quadro Jovens talentos, do programa Raul Gil, exibido
pela Bandeirantes. Nesse pouco tempo, o adolescente nascido em Santos, no litoral paulista, saltou da posição de calouro para a nova aposta da gravadora EMI, que lançou seu primeiro CD, Jovem brazilidade. Em menos de 30 dias, o álbum alcançou a marca de 70 mil cópias, figurando na lista dos mais vendidos à frente de medalhões como Zeca Pagodinho, Ana Carolina e Ivete Sangalo. Só perde para os campeões de vendagem Bruno & Marrone. Fosse Caio Mesquita mais um cantor pop-romântico com hit emplacado em novela o fenômeno estaria explicado. Mas seu disco é uma coletânea de canções populares em versão instrumental.
“Isso é a prova de que o povo também gosta de música boa”, diz Caio, que tem como “muso” o saxofonista americano Kenny G., aquele cujas versões de clássicos românticos costumam embalar programas de colunismo social e de leilões de jóias. “Ele é 90% da minha inspiração”, afirma Caio. Os 10% restantes, segundo o rapaz, são uma soma de Djavan, do seu clone Jorge Vercilo e do pianista César Camargo Mariano. Na trilha do ídolo, Caio priorizou o sax nas 13 faixas de Jovem brazilidade. “Toco outros 12 instrumentos. No próximo trabalho, quero incluir arranjos de guitarra, violão e piano, que foi o primeiro instrumento que aprendi a tocar.”
Caio começou a aprender música aos cinco anos. Mas foi mesmo o sax que lhe abriu as portas. Primeiro, as das festas de casamento. Seus pais são donos de uma pequena empresa especializada em decoração para cerimônias matrimoniais. “Ia incluído no pacote. Comecei me apresentando nessas ocasiões, até que uma caloura do Raul Gil me chamou para acompanhá-la.” A candidata foi eliminada da disputa musical e Caio ficou com a fama. “Tenho perdido muitas aulas por causa de shows, gravações e entrevistas”, conta o garoto, que cursa o segundo colegial numa escola particular no bairro de Embaré, em Santos.
Apesar da pouca idade, Caio garante que palpitou no repertório, no qual destacam-se Garota de Ipanema, Samba de verão, Sozinho e Papel machê, todas elas naquelas “versões ambiente” ideais para coquetéis de fim de tarde. “Fiz questão que algumas músicas entrassem no CD, como Flor de liz e Abandonada, a mais aplaudida pelo auditório do Raul Gil.” Com relação ao erro na grafia do título do álbum, se desculpa. “Fica no ar a dúvida. Pode ser também uma vontade de alcançar sucesso internacional”, brinca, ele que já sonha assinar Brasil com “z”.