Ou a Polícia Civil do Distrito Federal está exagerando ou ela desmantelou de fato uma quadrilha no mínimo
sui generis
: 13 pessoas reunidas para matar um único homem e dividir o seu patrimônio de R$ 500 mil (soma
de seguro de vida com o saldo do FGTS e o valor de um apartamento). Trata-se do assassinato do analista de sistema do Banco do Brasil José Eduardo Vásquez. Até a madrugada da quarta-feira 20, a polícia já prendera 11 suspeitos. E continuava na captura de mais dois. Feitas as contas, se a divisão do dinheiro fosse igual entre todos os eventuais quadrilheiros, cada um embolsaria cerca de R$ 38 mil. Como há familiares da vítima que estão presos como suspeitos (a ex-mulher e a própria filha de Vásquez), é de se supor que quem tem Vásquez no sobrenome receberia mais dinheiro. Aí é que a conta fica estranha e a quadrilha fica inchada: um mecânico que nada tem a ver com os Vásquez e também foi preso, segundo o delegado praticou o crime para receber R$ 50 mil. Se ele que não tem nada a ver com a família receberia R$ 50 mil, algum familiar o contrataria sabendo que teria de ficar praticamente sem nada da grana? Filha encomenda a morte do pai para dar o seu patrimônio para outro? Os dois foragidos, segundo a polícia, são perigosos ladrões de banco. É sabido que essa gente está acostumada a levantar quantias astronomicamente mais elevadas em suas ações criminosas. Eis até agora, segundo a polícia, o rol de suspeitos presos da intricada quadrilha que teria fulminado o pobre do analista Vásquez:

Maria Vásquez (ex-mulher do morto); Daniele Vásquez (filha do morto); Joseane Porto (empregada da ex-mulher do morto); Rogério Patrício (mecânico do carro do morto e cunhado da empregada da ex-mulher do morto); João Patrício (marido da empregada da ex-mulher do morto); Vanessa Correia (sobrinha da empregada da ex-mulher do morto); José de Oliveira (pai-de-santo da filha do morto); Jandira Custódio (mulher do pai-de-santo da filha do morto); Fábio Patrício (primo do mecânico do carro do morto); Alexandre de Deus (namorado da filha do morto); Lilian Nascimento (namorada de Arlindo de Souza, assaltante de banco, foragido). Sobre o outro foragido, também assaltante de banco, a polícia só sabe que tem o apelido de Dudu.