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EXÍLIO Harry retorna a Hogwarts só no final para duelar com Voldemort

Falta pouco para chegar às mãos dos brasileiros o livro mais aguardado da saga do bruxo Harry Potter. A partir da 0h do dia 10, em dezenas de lojas do País, serão abertos os pacotes com Harry Potter e as relíquias da morte (ed. Rocco, 592 págs., R$ 59,50), a tradução do desfecho da série criada pela escritora J.K. Rowling. Lançado na Inglaterra e nos EUA em 21 de julho, o sétimo volume provocou correria às livrarias, inclusive por aqui. Mesmo os leitores pouco familiarizados com o inglês se arriscaram no idioma para descobrir como se encerra a batalha entre Harry e seu pior inimigo, Lorde Voldemort, espécie de Adolf Hitler do universo potteriano. A espera pela obra traduzida só não foi mais angustiante porque fãs trataram de fazer suas próprias versões, muitas delas confusas, que se espalharam pela internet.

A ansiedade dos que gostam de Harry Potter fãs está nas alturas. Eles prometem tomar as livrarias nos eventos programados para o lançamento. As sete unidades da rede Fnac organizam uma maratona que irá da tarde até a hora das vendas. Na Saraiva, haverá promoções em suas 36 lojas. “Com o livro em inglês, já fizemos uma grande festa. Agora ela será maior”, diz Marcílio Pousada, diretor da Saraiva. A rede vendeu 15 mil livros em inglês. Pretende bater os 60 mil com a versão brasileira. A tiragem da Rocco é de 400 mil exemplares, contra 350 mil do anterior, Harry Potter e o enigma do príncipe. Nos EUA, em dez dias, foram comercializados 11,5 milhões de livros. Um recorde. E recentemente o site de vendas Amazon creditou às Relíquias da morte parte do lucro do terceiro trimestre. Foram US$ 80 milhões, quatro vezes mais do que o mesmo período em 2006.


FESTA Livrarias de todo o País organizam eventos para o lançamento

Como Rowling declarou, o sétimo livro é praticamente uma continuação do sexto. Tomando- se a carga emocional de O enigma do príncipe – no qual Dumbledore, o professor da escola de magia Hogwarts, sucumbe, provocando uma das maiores comoções entre os pottermaníacos – já se esperava uma seqüência de roubar o fôlego dos fãs. E a escritora não trai a expectativa. O primeiro capítulo de As relíquias da morte – disponibilizado no site da Rocco desde o dia 26 e já “baixado” por mais de 25 mil internautas – é, talvez, o mais “parado” dos 37 que compõem a obra. Mas já traz uma morte, dando o tom do que virá a seguir. São dezenas de bruxos e criaturas que morrem na guerra e a autora não hesita em tirar a vida de um dos personagens mais divertidos da trama. E sacrificar um carismático aliado de Harry.

O clima é o mais sombrio de toda a série. Com os Comensais da Morte, os seguidores de Voldemort, infiltrados nas principais instituições do mundo bruxo, feiticeiros que não têm sanguepuro passam a ser marcados e perseguidos, uma alusão ao nazismo. Igualmente caçado, Harry, junto com seus amigos Rony e Hermione, é obrigado a se esconder e não retorna a Hogwarts até o confronto decisivo com Voldemort. É quando surge outra importante referência: uma das maiores crenças do Cristianismo é utilizada por Rowling para os momentos finais da saga.

Não foi fácil para Rowling despedir-se de Harry. Ela chorou ao escrever o capítulo 35, um episódio em que o jovem bruxo se prepara para a morte. “Durante dez anos, tive isso na cabeça, mas ao passar para o papel tive a sensação de que acompanhava Harry. Sabia que eu sobreviveria, porém tinha claro que era nossa despedida”, afirmou à revista alemã Der Spiegel. Rowling certamente sobreviverá. A saga de Harry Potter lhe rendeu uma fortuna estimada em US$ 1 bilhão. E continuará a crescer. O DVD do quinto filme (A ordem da fênix) estará à venda no Brasil no próximo dia 14. No cinema, o sexto título está em produção. E para o episódio final os atores já estão preparando os ânimos. Daniel Radcliffe, que faz Harry, se declarou feliz com o destino de seu personagem. “Mal posso esperar para levar o fim ao cinema”. Os fãs dizem o mesmo.