07/11/2007 - 10:00
TOP Adriano de Souza é o surfista brasileiro mais bem colocado no ranking mundial
Carismático, vencedor e boapinta, Kelly Slater é um pedaço de Hollywood no Circuito Mundial organizado pela Associação dos Surfistas Profissionais (ASP). Volta e meia, o melhor e mais famoso surfista de todos os tempos é surpreendido pelos paparazzi na companhia de algumas das mais desejadas mulheres do planeta. Nos próximos dias, porém, o dom-juan das ondas pode perder sua menina-dos-olhos: a coroa de rei do surfe. Oito vezes campeão do mundo, Slater precisa de uma combinação de resultados para impedir que o australiano Mick Fanning conquiste no Brasil seu primeiro título, por antecipação. Penúltima etapa do mundial, o Hang Loose Santa Catarina Pro acontece até a quarta-feira 7, em Imbituba (SC). Terá transmissão ao vivo pela tevê a cabo e deve atrair milhares de pessoas à praia – a competição brasileira é a mais popular do calendário.
A disputa chega ao Brasil em um momento de altas ondas também fora d’água. O País é o segundo que mais consome produtos ligados ao surfe no mundo, e o mercado de moda surfe, a predileta dos adolescentes, movimenta por aqui mais de US$ 2 bilhões anualmente. O glamour conferido aos praticantes do esporte (estimados em três milhões no Brasil) faz com que o visual da turma das pranchas seja referência para outras tribos. Os últimos a se render foram os mauricinhos. Na semana passada, a marca californiana Volcom abriu nos Jardins, tradicional reduto de grifes sofisticadas em São Paulo, sua primeira loja exclusiva na América Latina. Com investimento inicial de R$ 1 milhão, fica na mesma alameda onde a australiana Rip Curl se instalou há dois anos. Até o final de novembro, será a vez de mais uma gigante global do surfe, a Billabong, inaugurar seu quartelgeneral na rua Oscar Freire.
“A moda surfe saiu da praia há alguns anos. Outras pessoas simpatizam com a mensagem, os valores. Diria que somos uma marca de comportamento”, diz Diego Motta, gerente de marketing da Volcom. O inglês Alexander McQueen, um dos estilistas mais cultuados do mundo, concorda. O desfile de sua última coleção foi todo inspirado no surfe, com os modelos entrando molhados na passarela. “O surfe sem dúvida exerce uma forte influência nos estilistas das grandes marcas. Mais do que o esporte, é o estilo de vida do surfista que cativa. O apelo visual, as cores do surfe enchem os olhos de qualquer um”, afirma o stilyst Paulo Martinez.
Mesmo depois que a caravana dos melhores do planeta deixar o Brasil rumo ao Havaí, onde acontece a última etapa do circuito mundial, o mar continuará bom para surfista. Na quinta-feira 8, tem início em São Paulo o Festival Alma Surf. O evento reúne arte, cinema, música e entretenimento relacionados ao esporte. O destaque será a exposição em que mais de 60 fotógrafos e artistas plásticos, vindos de dez diferentes países, mostrarão suas fotos, pinturas e esculturas. O festival itinerante segue para o Rio de Janeiro no dia 13, e encerra a turnê em Florianópolis, no dia 16. Até lá, é certo que as ondas estarão bombando.