27/04/2005 - 10:00
Colocar dinheiro em ações da Bolsa de Valores, para muitos, ainda representa um tabu. A chance de ganhar um bom dinheiro muitas vezes é trocada pelo medo de depositar as economias em uma aplicação marcada pelo sobe-e-desce, considerada de alto risco. Mas um novo tipo de investimento começa a atrair um número cada vez maior de não-iniciados neste mercado com jeitão de gangorra. São os fundos de responsabilidade social, formados exclusivamente por ações de empresas que desenvolvem ações de apoio comunitário e projetos nas áreas de saúde, educação, cultura e meio ambiente. Dois bancos saíram na frente: o ABN Amro, com o fundo Ethical, e o Itaú, com o Excelência Social.
Quase todos os bancos possuem, há bastante tempo, carteiras de ações que doam uma pequena parcela do rendimento ou da taxa de administração a projetos sociais. A grande vantagem dessas novas carteiras é que, em vez de apenas incentivar doações muitas vezes irrisórias, elas selecionam empresas com trabalhos comprovados no setor de ação social e, com isso, incentivam o restante do mercado a adotar posturas semelhantes. A boa nova é que as pessoas estão ajudando e ganhando. De novembro de 2001, quando foi criado, a março deste ano, o rendimento do Ethical, com 6,7 mil investidores e R$ 88,5 milhões aplicados, foi de 181%, contra 149% do Ibovespa, o índice médio de rendimentos da Bolsa de Valores de São Paulo. O Excelência Social, aberto em outubro passado para aplicações a partir de R$ 1 mil, também superou o Ibovespa em 2004 e, mesmo em períodos turbulentos, como os primeiros meses deste ano, teve perdas menores do que as da Bolsa. A propósito, os administradores desses fundos aconselham o investidor a ter paciência para deixar o dinheiro aplicado por um prazo mínimo de 24 meses.