Um sistema de imagens em três dimensões associado a um programa de computador chamado de prototipagem biomédica é o novo recurso usado nas cirurgias para implantes dentários. A técnica baseia-se no envio de imagens obtidas por tomografias ou por ressonância magnética dos ossos da face a um software, o que possibilita o planejamento virtual da cirurgia. Por meio desse instrumento, é possível criar um protótipo da boca e simular a intervenção levando em conta dados como a estrutura óssea do paciente.

As imagens registradas também são encaminhadas a um laboratório especializado, onde servirão de base para a criação de um molde fiel de toda a boca do paciente, inclusive com o modelo da peça a ser implantada. Essa réplica contém não só o formato da arcada, mas aponta a localização de nervos, cavidades e outros
detalhes. “Com esse modelo em mãos o implante é feito sem riscos de acidentes anatômicos, como atingir nervos ou cavidades. Tudo aparece calculado, até a densidade óssea da região que sofrerá a intervenção. De forma segura, a cirurgia é realizada em um curto espaço de tempo”, afirma o cirurgião Eduardo Machado de Carvalho, de São Paulo.

Normalmente, os dentistas usam a radiografia para verificar as condições da arcada dentária. No entanto, o recurso é limitado. “Só descobríamos que o osso tinha alguma deformação no momento da cirurgia. Às vezes era um defeito, por exemplo, que tínhamos de corrigir com enxertos”, conta Machado de Carvalho. A novidade, que começa a ser usada em clínicas de São Paulo, Brasília e Salvador, foi criada por um grupo de cirurgiões e radiologistas a partir de um modelo semelhante feito na Bélgica. Um implante com essa tecnologia fica entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil, por dente.