Ele é baixinho, tem cabelo espetado e passa a imagem de irrequieto. Chega a subir no piano ou entrar debaixo dele, só para batucar alucinadamente. Aos 27 anos, o inglês Jamie Cullum se comporta como um menino. Mas toca e canta como gente grande – e não é à toa que foi apelidado de “Frank Sinatra de tênis”. Contratado pela Universal por US$ 1 milhão, algo inédito para um desconhecido jazzista “mirim”, vendeu na estréia mais de três milhões de cópias de Twentysomething e seu mais recente trabalho, Catching tales, segue o mesmo caminho. O CD traz London skyes, música que o pequeno Jamie compôs para sua musa, a advogada curitibana Isabella Cannell, também de 27 anos. Portanto, não surpreende que sua primeira turnê brasileira, dentro do Projeto Vivo na Música, comece pela capital paranaense (sábado 2), seguindo para Belo Horizonte (segunda-feira 4), São Paulo (terça-feira 5), Porto Alegre (domingo 10) e Rio de Janeiro (quarta-feira 13).

Cullum falou com ISTOÉ, de Johannesburgo, dizendo-se muito animado com os shows que fará no Via Funchal paulistano e na Sala Cecília Meireles carioca, tendo como convidada Maria Rita. “Não nos conhecíamos. Ficamos sabendo que um era fã do outro lendo entrevistas”, diz. “Até agora só falamos por e-mail e ainda não decidimos o que tocar.” Cullum, que tem Elis & Tom entre os discos prediletos, afirma que chegou ao seu estilo naturalmente: “Ouvi muito rock, folk, hip-hop e descobri o jazz com a dance music eletrônica, o acid jazz. Mas em vez de evoluir, me tornar contemporâneo, fui indo para trás.” Tão para trás que o seu repertório tem sido dominado por clássicos dos irmãos Gershwin, Thelonius Monk, Cole Porter e Jimmy Dorsey.

Além de parcerias com o irmão Ben, quatro anos mais velho e sua maior influência, os shows de Jamie também incluem interpretações jazzísticas de canções pop dos Beach Boys, Radiohead, Jeff Buckley, The Doves e até Jimi Hendrix. “Gosto de misturar”, diz o cantor e pianista, que também toca guitarra e vem acompanhado de uma banda completa. Sua performance energética pode ser conferida no DVD Live at Belenheim Palace (Universal) e no CD Pointless nostalgic (DeckDisk), da sua fase independente. Ele garante que a namorada, Isabella, não se incomoda com o assédio e as fofocas. Recentemente, uma revista estrangeira noticiou que ele teria sido visto com a atriz Martine McCutcheon (de Simplesmente amor). Sua reação foi imediata. “Acho que me confundiram com o Elijah Wood (de O senhor dos anéis)” – igualmente baixinho e de cabelo esquisito.