Às 12 horas deste sábado 16, 12 carros Porsche 911 GT3 estarão perfilados para a largada no autódromo José Carlos Pace (Interlagos), em São Paulo. No interior dos bólidos, que ao final da mesma reta devem atingir 260 quilômetros por hora, estarão os entusiastas de um hobby que movimentará pelo menos R$ 2 milhões até o final do ano. Além das duas etapas deste sábado, a GT3 Cup Challenge Brasil – primeira competição envolvendo apenas carros Porsche nas Américas – terá outras dez corridas até novembro. Para participar de todas as provas, cada piloto terá que desembolsar R$ 130 mil com o aluguel do carro e cerca de R$ 28 mil com despesas dos pneus Yokohama e gasolina Podium, da estatal Petrobras. A conta fica ainda mais salgada em caso de acidentes: os reparos são de responsabilidade do piloto e não há seguro. O valor não assusta. Já há uma fila de candidatos para entrar na categoria, que espera ter 20 carros até o final do ano.

Igualdade – A organização é a única responsável pelo acerto dos carros, o que promete bastante emoção. “Todos vão largar em igualdade de condições, com 50 litros de combustível no tanque e todos os ajustes iguais. Só é possível alterar a pressão dos pneus e o ângulo da asa traseira. O resto fica por conta do talento de cada um”, diz Dener Pires, diretor da GT3 Cup Challenge Brasil, organizadora do campeonato homônimo. O monopólio da manutenção dos carros também garante tranquilidade. O piloto não necessita ter uma equipe, basta se apresentar e guiar.

O dublê de piloto e apresentador Otávio Mesquita, que este ano estará no campeonato brasileiro de Stock Light – categoria de acesso à Stock Car –, é um dos concorrentes. “Vai ser bom porque corri as últimas Mil Milhas, em janeiro, com um Porsche. Gosto de andar com carro igual. O GT3 já é fantástico, e para mim une o prazer da dirigibilidade com o da corrida”, diz Mesquita. Ele promete tomar cuidado: “É um brinquedinho caro.”

E rápido. A potência do GT3 de corrida chega a 390 cavalos. O interior é completamente alterado e recebe volante e banco de competição, além de um instrumento que mostra o tempo de cada volta completada. As corridas são para pilotos habilitados pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), mas que não vivem apenas da velocidade. Talvez por isso não haja prêmio em dinheiro. Quem ganha o campeonato participa de um banquete de final de ano organizado pelo departamento de competições da Porsche, na Alemanha. Investir R$ 158 mil em um jantar? Pelo visto, pilotar um mito compensa.