A bancada do PT na Câmara Municipal de São Paulo decidiu pressionar com tudo o governo de José Serra (PSDB). A munição para a troca de fogo cerrado foi a notícia, publicada por ISTOÉ, de que o secretário de Finanças, Mauro Ricardo Costa, foi condenado pela Justiça Federal, em primeira instância, por improbidade administrativa na ocasião em que presidiu a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). A bancada encaminhou ofício ao prefeito pedindo o afastamento de Costa. “Quem admite ou demite é o prefeito. Porém, ao se constatar que em todos os cargos públicos pelos quais passou surgiram processos e até uma condenação, ainda que em primeira instância, nós entendemos que a cidade se sentiria mais segura se o secretário, que administra bilhões dos cofres públicos, fosse afastado de forma preventiva”, defendeu o líder da bancada petista, vereador João Antônio.

Caso o prefeito não tome medida alguma, “ele poderá ser responsabilizado por conivência ao manter um funcionário envolvido em mau uso de dinheiro público”, disparou João Antônio. No entender dos tucanos, os interesses petistas são outros. O secretário de Governo, Aloysio Nunes Ferreira, usou o mesmo argumento de Costa ao comentar o ofício e contra-atacou: “Essa é mais uma mostra de que o PT local representa os interesses de grandes empreiteiras e empresas dentro e fora do governo.” E foi além ao afirmar que a administração de Serra “não tomará conhecimento do ofício por ser Costa um servidor público exemplar”. No meio de uma guerra entre a Prefeitura e a Câmara, mais minas petistas foram armadas no campo tucano. A bancada protocolou na Justiça, na segunda- feira 11, notificação pedindo ao prefeito que confirme as declarações que fez acusando a bancada do PT de servir a grandes empresários e de atuar de maneira fisiológica. “A postura do PT martista é hilariante. Até as pedras da rua sabem que o partido promoveu o mais selvagem loteamento político de cargos na administração”, alfinetou o secretário de Governo tucano.

O líder petista não deixa por menos e acusa o governo Serra de “justificar a inoperância de sua gestão” fazendo críticas à administração de Marta. “A cidade está sem rumo. Agora, eles arrecadaram em três meses R$ 4,2 bilhões, mas aplicaram no mercado financeiro R$ 2,1 bilhões. Se nada fazem, não é por falta de dinheiro”, acusa. Enquanto o cessar-fogo não chega a São Paulo, em Brasília a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado espera a ex-prefeita Marta Suplicy. Ela não respondeu ao convite para explicar o contrato aditivo ao empréstimo feito para o Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente (Reluz). Em dezembro, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, admitiu que o contrato aditivo feito por Marta feriu a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Resolução 43 do Senado, que define as regras para operações de créditos de Estados e municípios.