13/04/2005 - 10:00
Louis Armstrong já encantou muita gente com seu vozeirão. Ainda assim, evite imitá-lo. O estilo está longe do que nossas simples cordas vocais podem suportar. Enquanto o músico estava adaptado ao tom, nós teríamos de forçar a voz. Algo que fazemos também quando falamos alto numa festa barulhenta ou num show. Mais. Sobrecarregar o aparelho vocal é um fato comum até no trabalho. Professores e operadores de telemarketing estão entre as principais vítimas, mas estimativas mundiais apontam que 30% da população tem ou teve alterações na voz, provocadas por problemas que variam do resfriado ao câncer de laringe.
Ter falhas na voz por curto período não é alarmante. Mas se isso durar mais de duas semanas pode ser sintoma de algo grave. Esse e outros alertas serão dados por especialistas de 250 hospitais no Brasil a partir da segunda-feira 11, quando se inicia a Semana Nacional da Voz. Com término no sábado 16 (Dia Mundial da Voz), a ação permitirá diagnosticar problemas como calos nas pregas vocais – as estruturas que vibram para produzir o som. “Economizar e cuidar da voz é importante”, diz Domingos Tsuji, presidente da Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV). Além de fazer exames, as instituições – confira a lista no site www.ablv.com.br – ensinarão as pessoas a poupar a garganta. “Rouquidão é sinal de lesão, que pode ser leve. Ela exige repouso vocal”, afirma José Caporrino Neto, do ambulatório de voz da Universidade Federal de São Paulo. O cantor Saulo Vasconcelos, que fará o Fantasma no musical O Fantasma da Ópera (estréia na quinta-feira 21), não abusa da voz, porém redobra os cuidados na fase de apresentações. “Evito excessos com bebida, ar condicionado e gelados”, conta. Mas tratar a voz com carinho, reforçam os especialistas, é algo para ser seguido por todos.