08/04/2016 - 19:00
Nomeado por Rodrigo Janot, o subprocurador Nicolau Dino assumiu a vice-Procuradoria-Geral Eleitoral. Ele vai atuar no TSE, onde tramita o pedido de cassação de Dilma Rousseff. É irmão de Flávio Dino (Maranhão), o governador que defende com mais ardor a presidente. Nicolau Dino terá vigilância da oposição, sobretudo depois que Lula, como se viu nas gravações divulgadas pelo juiz Sergio Moro, referiu-se a Eugênio Aragão (ex-PGE) de modo depreciativo, como se o subprocurador fosse submisso ao PT.
TST
Nada de truque
Se uma empresa terceiriza parte de suas atividades mais relevantes a outra, ela tem que pagar salário igual aos que exercem mesma função, em ambiente comum. Isto ficou decidido na semana passada no TST, quando o princípio da isonomia salarial “sem exceções” foi enaltecido na Sexta Turma. Em seu voto, o ministro relator Augusto Cesar Leite criticou a terceirização da atividade fim, como artifício para pagar contracheques diferentes a trabalhadores com as mesmas funções no batente.
Temer
Primeiros passos
Já está delineado o plano de largada do eventual governo Temer. São cinco seus pontos principais, todos impactantes. Se vão sair do papel, é outra história. Mas marcarão o discurso de estreia do (talvez) futuro presidente.
Bancos
Sonho de verão?
Há, na equipe de Temer, quem defenda uma repactuação da dívida pública em mãos dos bancos – inclusive estatais. Registrando lucros recordes a cada ano, o setor, segundo os mentores do plano, tem gordura para colaborar. Estuda-se uma formula que reduza o tamanho do papagaio, hoje beirando R$ 3 trilhões, sem produzir fissuras que abalem a banca.
Judiciário
Figura polêmica
Muito tititi antes do seminário “As violências do Direito e a Perspectiva do seu fim”, na segunda-feira 11, no Rio de Janeiro. Premiado em vários países, Carlos Latuff fala de censura a charge que fez para o Fórum Permanente de Sociologia Jurídica da Escola de Magistratura fluminense. O cartaz inspirado no mito grego de “Tánato” foi fixado e sumiu de órgãos do Judiciário – aparecendo depois diferente. A direção da Emerj recuou da cessão do auditório, alegando que “com o julgamento do impeachment, os ânimos no País estão acirrados”. Coordenador do fórum, o desembargador João Damasceno achou “tudo esquisito”. O evento será na sede da Defensoria Pública.
Legislativo
Técnico sem universidade
“Só irresponsável aprova isso” disse o presidente do Conselho Federal de Educação Física, Jorge Steinhilber, com o “ok” da Comissão de Assuntos Sociais do Congresso ao projeto que regula a atividade de técnico esportivo. Graças à emenda de Romário, atletas ou ex-atletas com cinco anos de experiência na modalidade em que pretendem atuar poderão exercer a função. Hoje é preciso graduação em educação física. Se não houver recurso até sexta-feira 15, a matéria seguirá para a Câmara dos Deputados.
Câmara dos Deputados
Dia D
Na segunda-feira 11, em Brasília, a bancada do PSB fará reunião para decidir se está ou não com Dilma Rousseff. Desde 2013 o partido saiu da base aliada. A questão agora é o impeachment. A maioria dos 33 deputados é a favor da saída da presidente, em função do desequilíbrio fiscal.
Energia
Sobe e desce
A confusão com a notícia de que o preço da gasolina cairia abalou até o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. A falta de comunicado desagradou membros do Conselho de Administração. Alguns ameaçaram sair do colegiado. A cotação da estatal em bolsa desabou 9,5%. O Planalto também não gostou, já que o silêncio sobre o assunto deixou parecer que Dilma ordenou a queda artificial dos preços para se beneficiar de forma populista.
Internacional
Só rolo
O cancelamento da viagem de Dilma à Cúpula sobre Segurança Nuclear nos EUA confundiu a participação do Brasil no evento. Na reunião com a secretária de Comércio Penny Pritzke, o ministro da Indústria, Armando Monteiro, disse não ter poderes para discutir a proposta americana, de aumentar o número de aeroportos brasileiros que recebem vôos dos EUA. Pritzke reagiu surpresa. Em outro momento, o secretário dos Transportes dos EUA, Anthony Foxx, esperou pelo secretário de Portos, Helder Barbalho. O brasileiro não foi nem justificou.
Política
Cliques domésticos
As centrais sindicais mobilizam atos diários de apoio à Dilma. Mesmo que os eventos reúnam uma platéia de “evangelizados”. O que vale é replicar as imagens de aplausos entusiásticos à presidente nas redes sociais e na mídia.
Executivo
Davi contra Golias
A fissura do Planalto em ganhar votos contra o impeachment pode colocar em lados distintos Dilma e Izabella Teixeira. É que a ministra do Meio Ambiente não quer adiar o prazo, que vence em 5 de maio, para donos de terras prestarem informações sobre áreas de preservação das propriedades. O MMA teme que outro adiamento comprometa a credibilidade do sistema criado para monitorar o desmatamento. Até uma abelha sabe quem dará o último zumbido nessa questão.
Indústria
Na carne
Em crise com a falta de demanda, a Diretoria da Usiminas cortou 10% de seus salários. Zerou ainda o bônus de 2015para graduados especialistas (cerca de 700 pessoas). Curioso é que essa diretoria, liderada por Romel de Souza, substituiu a gestão do argentino Julián Eguren, indicado pelo grupo Techint. Eguren e outros dois vice-presidentes foram destituídos de seus postos por recebimento abusivo de bônus, conforme relatórios da Delloite e da Ernst Young atestaram à época.
Aerodilma
Festa no céu 1
O Airbus A319, que serve à presidente Dilma, não conhece crise.
A Aeronáutica acaba de elaborar orçamento para serviços de “suporte logístico” (peças, manutenção, revisões e eventualidades) à aeronave. O montante reservado foi de R$ 132 milhões.
Jatinhos
Festa no céu 2
Relatório reservado do Ministério da Defesa, recém concluído, dá forma de números ao bacanal aéreo de ministros e parlamentares com jatinhos da FAB nos dois últimos anos. Em 2014, as viagens de suas excelências consumiram US$ 31,2 milhões (o cálculo é feito em dólares). Em 2015, quase US$ 30 milhões. No cambio atual, a soma encosta nos R$ 190 milhões.
Cultura
Obra da vida
Quarenta anos nos dois lados do teatro – da platéia ao bastidor – deram a Flávio Marinho a rara oportunidade de conhecer como poucos essa arte. Diretor de 76 espetáculos e autor de 25 peças, entre outros trabalhos, ele pegou as centenas de programas das peças que guardava em casa e as transformou em livro que retrata o teatro que o Rio de Janeiro viu, de 1973 a 2014. “A obra é praticamente um balanço da minha vida” diz. Ela será lançada dia 18 próximo, no restaurante La Fiorentina, no Leme. Ali artistas se encontram após os espetáculos. Dessa vez Flávio Marinho estará no centro das atenções, autografando “Teatro é o melhor programa”.
Fotos: JOÃO CASTELLANO e Adriano Machado / AG. ISTOÉ; BETI NIEMEYER