18/10/2006 - 10:00
Lula havia acusado o golpe. Saiu do último debate assustado com o “delegado de porta de cadeia” Alckmin – alcunha que lançou ao
adversário. Acha que levou canelada e partiu para o revide.Vai dar canelada também. Curtido no sertão pernambucano, terra outrora do
cangaço, por onde reinou o bando de Lampião, Lula aprendeu ali a não levar desaforo para casa. Seu golpe abaixo da cintura já tem nome e experiência passada: terrorismo eleitoral. Lula já foi vítima de terrorismo eleitoral em outras campanhas. Agora resolveu adotar a tática. Fala em privatização e em “venda de tudo” caso Alckmin vença o confronto. É uma possibilidade que nem sequer consta do programa do acusado nem foi mencionada em seus discursos. Privatizações em si nem são uma má medida. Muitas continuam essenciais, viraram bons exemplos, mas essa é uma outra história. O estratagema de impor medo ao eleitorado para ele desistir de um eventual voto a favor de Alckmin é que se sobressai como manobra oportunista e condenável. Já disseram lá atrás que a eleição de Lula iria provocar o êxodo de empresas para o Exterior, que ele iria dar calote no FMI e que o País mergulharia no caos. Eram barbaridades em cascata. Sua resposta na ocasião: “A esperança vai vencer o medo.” Desta vez é Lula que adota o medo. Ele quer assim vencer a esperança?