A estreia do Australian Open na segunda-feira 18 foi mais do que a confirmação do favoritismo do suíço Roger Federer no primeiro Grand Slam do ano. A emissora britânica BBC e o site Buzzfedd revelaram documentos que mostram as suspeitas de que o submundo das apostas serve como pano de fundo para um grande esquema de manipulação de resultados na elite do tênis mundial. Mas o tênis é apenas um entre diversos casos de corrupção na história do esporte. Na última década, diversas modalidades foram alvos de investigação (leia quadro). Foi exatamente isso que o vice-líder do ranking mundial da modalidade, o tenista britânico Andy Murray, falou durante a coletiva de imprensa na Austrália, na terça-feira 19. “Acho que o esporte no geral podia ser muito mais transparente”, cravou. Para a professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Clarisse Setyon, a natureza da prática esportiva suscita o erro. “Quando envolve paixão e dinheiro as pessoas acabam deslizando.”

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CAMPEÃO
O número 1 Novak Djokovic, durante o Aberto da Austrália: ”Para mim, é um crime”

A rede de apostadores associada aos tenistas foi descoberta durante uma investigação iniciada 9 anos atrás do suspeito jogo entre o russo Nikolay Davydenko (ex-número 3 do mundo) e o argentino Martín Vassallo Argüello (ex-número 47). Os documentos mostram que na última década 16 tenistas que fizeram parte dos 50 melhores do mundo estão sendo investigados pela Unidade de Integridade do Tênis (TIU, na sigla em inglês) por suspeita de terem combinado resultados das partidas. A notícia não surpreendeu o ex-tenista profissional e atual comentarista Fernando Meligeni. “Na minha época eu já escutava que isso existia”, disse à ISTOÉ. Na semana passada, o número 1 Novak Djokovic divulgou que em 2007 lhe ofereceram cerca de 200 mil euros para perder um jogo num torneio em São Petersburgo.

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Foto: AP Photo/Vincent Thian)