Há um desejo que toma corações e mentes de todos os brasileiros: 2016 não pode ser igual ao ano que passou. Em todos os sentidos. Ainda não concluído o primeiro ano deste segundo mandato de Dilma Rousseff o Brasil passa, se não pela pior, certamente pela mais abrangente crise de sua história republicana. Na política. Na economia. No campo social. No plano do aparato público. Nada escapa. Falar do que enfrentamos até aqui se torna desnecessário. Saber sobre o que vem pela frente parece vital. Difícil arriscar prognósticos, mas alguns indícios sinalizam luz no fim do túnel. O processo de impeachment, por exemplo. Instaurado o rito do julgamento, essa é uma agenda cujo desfecho já está com data marcada para acontecer. Para o bem ou para o mal. Tanto quanto o destino do encrencado parlamentar Eduardo Cunha, que dita e atrasa as deliberações do Congresso. O País precisa, essencialmente, ver varrido de seu dia-a-dia os imbróglios da política. Tudo mais esta a reboque dessa luta de colorações partidárias e de interesses restritos àqueles que detêm o poder. À bem da verdade – e ao contrário do que tenta fazer crer, com viés oportunista, os aliados do Governo – não são as mobilizações (taxadas de “golpe”) que estão emperrando a Nação. Ao contrário: elas são consequência de um quadro de total falência do Estado e beligerância das forças que o controlam. Nunca antes se roubou tanto e de maneira tão sistemática ali. Nunca um grupo que se apegou ao poder com o intuito de usufruto das riquezas nacionais, disfarçando seus reais motivos via populismo barato, promoveu tamanho estrago. Os saqueadores de carteirinha quebraram o País das oportunidades. Desorganizaram a estabilidade em curso que nasceu com o Plano Real. Montaram o “Mensalão” e o “Petrolão”, numa orgia sem fim. Alguns foram parar atrás das grades. Faltam ainda muitos. O mais difícil – ao menos para esse grupo – parece ser governar. Em nome do povo e em benefício dele, essencialmente. Dilma e sua entourage ainda dão demonstrações claras de concentrar esforços única e exclusivamente na batalha pela própria sobrevivência. Gasta tempo e dinheiro em negociatas para estruturar uma base de apoio, hoje consumida pela corrupção endêmica e pelo fisiologismo escrachado. O Brasil vive, no momento, em compasso de espera. No limbo! Ao menos até fevereiro, quando Legislativo e Judiciário voltam do recesso. Para variar, só irão dar andamento aos problemas, que estão a exigir respostas urgentes, quando o carnaval passar. 2016, ainda assim, promete.