O empresário Flavio Rocha já andou declarando que “com impeachment, a agonia seria curta”. Depois do rebaixamento do Brasil na agência de classificação de risco Standard &Poor´s, o presidente da Riachuelo, dono da terceira maior rede de moda do País, ex-deputado e influente líder do varejo, está mais convencido disso. “Hoje o impeachment é bem mais factível”. Na noite de quarta-feira 9, ainda perplexo, ele comentou a notícia durante o jantar de lançamento da flagship da Cartier, no shopping Iguatemi, em São Paulo: “Estava falando com (o banqueiro) José Olympio (Pereira). Ninguém esperava isso para agora, mas para o ano que vem. Foi a sinalização que precipitou. Dilma podia ter feito cortes nos gastos públicos antes de enviar ao Congresso orçamento com déficit ”, disse Flavio à coluna. “Caiu e deve cair de novo.”

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Fuga de investidores

“A queda de investimento será alta. Investidores estrangeiros vão se retirar. Só isso já significa milhões. A taxa de juros saltará. Quem está endividado em dólar vai sofrer. E é inaceitável aumentar impostos. É preciso fazer cortes. Mas eles estão paralisados. Tanto aumento de imposto quanto cortes de despesas implicam em ter retaguarda política.”

Renúncia ou impeachment

“Vai acabar acontecendo a agonia curta, que é o impeachment. Renúncia? Acho que não. A presidente Dilma está cercada de um mecanismo de pressão grande, é muita gente do partido dependendo de cargos, dos salários, o PT dependendo das contribuições, dos dízimos dos funcionários públicos. É uma rede de interesses muito grande. Terá de haver mesmo o processo de impeachment.”