27/10/2000 - 10:00
AROEIRA/O DIA |
![]() |
…………………………………………………………………………………
O plano que não deu certo
Na terça-feira 24, antes de viajar para Madri, onde foi receber o prêmio “Príncipe de Astúrias”, e em meio à greve de policiais militares do Recife, o presidente Fernando Henrique Cardoso estava preocupado com a retomada da onda de violência nos Estados. Não bastassem as insatisfações nas Forças Armadas, não bastassem os índices de criminalidade nos grandes centros urbanos, agora policiais civis e militares voltavam a se sublevar, como ocorreu em 1997. Um assessor do presidente chegou a sugerir a edição de um novo pacote de segurança, mas o próprio FHC descartou a idéia: “Só vai chamar atenção para o fato de que o último programa não deu certo.” De fato, no domingo 22 havia completado quatro meses do lançamento do Plano Nacional de Segurança Pública, em cerimônia espalhafatosa no Palácio do Planalto. Um factóide criado às pressas para evitar a queda de popularidade do presidente que não conseguiu empurrar para baixo as estatísticas sobre criminalidade. Desta vez, pelo menos, não deverá haver factóides.
…………………………………………………………………………………
O ministro que não deu certo
Por falar em plano de segurança sem resultados, está cada dia mais desprestigiado no Palácio do Planalto o ministro da Justiça, José Gregori. O mínimo que se fala é que FHC está contando os dias para a reforma ministerial.
…………………………………………………………………………………
Sem quarentena
Ex-diretor financeiro do Banco do Brasil na época do Caso Encol, Carlos Gilberto Caetano dançou com a CPI dos Bancos. Mas não ficou de todo mal. Tornou-se diretor-financeiro da companhia telefônica privada Americel. Em tempo: no Banco do Brasil ele tinha sob sua subordinação a distribuidora de títulos BB-DTVM, que serviu como conselheira da entrada do fundo de pensão do banco, o Previ, na Americel.
…………………………………………………………………………………
A chapa de FHC
Com Mário Covas detonando a candidatura de Pedro Malan à sua sucessão, Fernando Henrique Cardoso está concentrando seus esforços no ministro da Saúde, José Serra (PSDB). Sua dobradinha ideal é Serra como candidato a presidente com a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), como vice. O problema aí seria convencer o PMDB a apoiar a chapa sem dela participar. Daí os afagos de FHC em Jader Barbalho na briga com Antônio Carlos Magalhães.
…………………………………………………………………………………
A volta de Eduardo Jorge
A vacilação do ministro da Fazenda, Pedro Malan, em demitir o presidente afastado do Serpro, Sérgio Otero, provocou burburinhos na área de informática. O que se diz é que, apesar do relatório da Comissão de Sindicância detonando com sua gestão, Otero e seus aliados mais poderosos ainda têm muita munição. Eles sabem demais.
…………………………………………………………………………………
Rápidas
• Dados do Siafi sobre gastos com diárias de viagens: em 1999, o funcionalismo civil do Executivo, Legislativo e Judiciário recebeu R$ 17,6 milhões. Já os militares, colocaram no bolso R$ 12,7 milhões.
• O Palácio do Planalto está de olho no presidente da Petrobras, Henri Reichstul. Quer saber a quem ele é fiel. É que Reichstul tem sido visto despachando com Antônio Carlos Magalhães.
• De bem com a saúde, a governadora Roseana Sarney volta ao Maranhão nesta semana, lançando um seminário sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal para todos os prefeitos-eleitos do Estado.