04/09/2015 - 19:30
Lula foi o articulador da entrada dos irmãos Ciro e Cid Gomes no PDT. Com a rejeição ao PT batendo índices recordes, o ex-presidente trabalha com a possibilidade de seu partido ser escanteado do tabuleiro eleitoral. Por isso, tem atuado para colocar políticos da sua confiança nas legendas aliadas e avalizou a decisão do presidente pedetista Carlos Lupi de oferecer a candidatura presidencial de 2018 a Ciro Gomes. O líder petista considera essa articulação uma das alternativas para garantir a presença do PT no próximo pleito.
Dono da CPI
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), “tem conduzido” a CPI do BNDES com rédeas curtas. Prova disso foi o apelo de integrantes da oposição para que ele interfira e mande aprovar requerimento que convoca o ex-presidente Lula para depor na comissão parlamentar. Cunha disse que o texto só será votado quando tiver chances de ser aprovado.
Dono da CPI 2
Embora “dependa” de Cunha para aprovar requerimentos, a oposição nega que ele controle a CPI. Betinho Gomes (PSDB-PE) diz que o plano é ouvir ex-dirigentes do BNDES, como Guido Mantega, e empresários beneficiados pelo órgão para, no fim, chegar ao “núcleo político”.
Ação bilionária
O STJ deve julgar na próxima quarta-feira a causa bilionária em que consumidores cobram ações que deveriam ter sido emitidas pelas companhias telefônicas antes da privatização, em 1998. A Corte decidirá a quem cabe provar que existiu o contrato de compra: aos compradores ou às empresas.
A sete chaves
O Planalto negou nove pedidos de parlamentares para ter acesso aos gastos secretos feitos durante o primeiro mandato de Lula. Por lei, essas despesas já perderam o caráter sigiloso. No Palácio, a orientação é para que mantenham o segredo até que Dilma deixe o governo.
Agiotas em alta
A frente parlamentar em defesa da micro empresa pretende aprovar projeto que qualquer pessoa abra uma firma de concessão de créditos. Alega-se que os bancos fazem exigências demais para conceder financiamentos Os críticos dizem que será a formalização da agiotagem.
Muda de assunto
A descoberta feita pelo TCU de que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) também assinou decretos de concessão de créditos suplementares sem autorização do Congresso mudou o tom das discussões sobre impeachment. Peemedebistas e aliados de Temer dizem que não será mais viável forçar o processo de saída de Dilma com base nas pedaladas fiscais.
Poço de mágoas
É grande o número de petistas magoados com a presidente Dilma Rousseff. Entre as reclamações está a nomeação de David Barioni para a chefia da Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (Apex).
Aponte o dedo
Na Câmara, o clima entre deputados aliados do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nunca foi tão ruim. Parlamentares estão tensos com a notícia de que a PF está rastreando se parte dos US$ 5 milhões recebidos por Cunha do esquema desbaratado pela Operação Lava-Jato, serviu para comprar apoio para sua campanha ao comando da Casa. Em conversas reservadas, os políticos negam que tenham recebido dinheiro, mas dizem saber de alguém que recebeu ajuda financeira para pagar dívidas da campanha de outubro. Sob pressão, os parlamentares começam a dar sinais de que vão entregar uns aos outros em breve.
Entre irmãos
A saída dos irmãos Gomes do Pros encerra um capítulo de guerras internas na legenda. Nos próximos dias, a Executiva do partido elegerá Valdetário Monteiro presidente. Ele é irmão do deputado federal Odorico Monteiro, que deixará o PT para entrar na briga pelo comando da legenda criada para servir como fiel da balança de Dilma. A mudança sinaliza para o fim da influência dos irmãos Gomes no Pros.
Toma lá dá cá
Beto Mansur (PRB-SP), primeiro secretário da Câmara
ISTOÉ – A Mesa Diretora vai discutir um manual sobre como as pessoas devem se vestir para circular pela Câmara?
Mansur – É uma proposta de algumas deputadas, coordenadas pela Cristiane Brasil (PTB-RJ). Elas dizem que há muito excesso, especialmente por parte das mulheres.
ISTOÉ – Serviria para as deputadas também?
Mansur – A ideia é que sirva para todos. As deputadas que estão à frente da ideia acreditam que será possível limitar os excessos das roupas curtas, provocantes. Teremos de buscar uma regra que respeite o bom senso.
ISTOÉ – Como assim?
Mansur – Vamos estudar onde há esse tipo de regra e se funciona bem. Vamos elaborar uma proposta e levar para a Mesa votar se quer ou não regulamentar o assunto. O que prometi é que isso será discutido.
Rápidas
* A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) afirma que a CPI da Petrobras poderia ter poupado recursos públicos com a viagem de cinco dias a Curitiba para ouvir presos da Operação Lava Jato que silenciaram nos depoimentos.
* Ao avisar que os clientes ficariam em silêncio, advogados dos presos na operação chegaram a dizer aos deputados que eles poderiam poupar tempo se interrogassem os investigados que ainda estão soltos.
* Dilma Rousseff telefonou para Renan Calheiros (PMDB-AL) depois do cancelamento da sessão que apreciaria os vetos presidenciais. Renan articulou a falta de quórum e, pela sétima vez, evitou a derrubada dos vetos.
Retrato falado
O senador José Antonio Reguffe (PDT-DF) já avisou ao seu partido que irá desobedecer qualquer orientação para votar a favor da criação de impostos. Segundo ele, as conversas do governo com lideranças partidárias tornaram alguns políticos mais receptivos à ideia. Um cenário arriscado para os brasileiros ameaçados de pagar a conta pelo descontrole dos gastos feitos durante a gestão de Dilma Rousseff.
Unindo forças
Mais de 30 deputados federais madrugaram na casa do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) na quarta-feira 26 de agosto. O encontro, regado a muito whisky, serviu para discutir estratégias capazes de tirar Cunha da presidência da Câmara. Já era madrugada quando concluíram que é preciso aguardar a sessão do STF que julgará a aceitação ou não da denúncia contra ele.
A ideia é aproveitar o noticiário do julgamento para mobilizar congressistas e sociedade.
Agindo rápido
A disposição demonstrada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) de apoiar a candidatura de Ronaldo Caiado (DEM-GO) ao governo de Goiás, começou a mexer no jogo político do Estado. Para afastar Aécio de Caiado, o governador Marconi Perillo (PSDB) anunciou a filiação do seu vice, José Eliton (PP), no PSDB e garante que o novo tucano será candidato a governador.
Colaborou Fabio Brandt
Fotos: Roberto Castro/AG. ISTOé; Geraldo Magela