O advogado potiguar Luiz Azevedo foi eleito presidente da Associação de Pessoal da OEA, o sindicato dos 600 empregados da entidade. Jamais um brasileiro ocupou o cargo. Na quarta-feira 15 o Senado aprovou o embaixador José Luiz Machado e Costa para chefiar a nossa representação lá e a ex-ministra Ideli Salvatti chegou em Washington para trabalhar com o secretário-geral Luis Almagro, a eleição de Azevedo. Os fatos devolvem ao Brasil o protagonismo na OEA. Só falta pagar os mais de R$ 60 milhões em cotas atrasadas.

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Déficit público
Ajuda extra

Joaquim Levy vê a Lava Jato com bons olhos. É o que se deduz ao saber que em um ano a operação trouxe R$ 570 milhões para a União. Além da diminuição no déficit público ocorreram outros ganhos. Foram abertas 20 ações criminais contra 103 pessoas, sem falar na CPI da Petrobras e na apuração em curso pelo TSE, sobre a origem de parte dos recursos que lastrearam a campanha de reeleição de Dilma Rousseff.

Economia
Faz tempo

A abertura dos números e informações do HSBC, feita pelos interessados na compra de suas atividades no Brasil, revelou que desde 2013 a instituição desejava sair do País. Como o ano passado era de eleições, as autoridades brasileiras “administraram” a intenção. Temiam eventuais efeitos negativos com o fim de atividades de um banco desse porte, o desemprego no setor, a exploração do caso pelos opositores de Dilma Rousseff e o abalo no humor do mercado.

Ministério Público
Dilema para Dilma

Se Rodrigo Janot for o mais votado na eleição de 5 de agosto da Associação Nacional dos Procuradores da República, encabeçando a lista tríplice ao cargo de procurador geral, Dilma Rousseff indicando-o ganha aplausos da classe. Mas será alvo de muitas críticas no Congresso. Por lei, não precisa acatar a relação, podendo nomear qualquer subprocurador para a chefia do MPF. Janot virou uma espécie de “persona non grata” no Legislativo, depois das buscas da PF na semana passada.

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Loterias
Tiro pela culatra

Historicamente, o governo sempre relutou em subir os valores das apostas nas loterias federais temendo a inflação. Sem dinheiro, em abril ­aplicou reajuste médio de 38,91%. Assustados os brasileiros agora jogam menos. Na Mega Sena, a arrecadação caiu R$ 96 milhões, comparando o primeiro semestre de 2015 com igual período do ano passado.

Ministério da Justiça
Sem modéstia

Na CPI da Petrobras, José Eduardo Cardozo negou ter tratado sobre a Lava Jato, em Portugal, no encontro entre ele, Dilma Rousseff e o presidente do STF, Ricardo Lewandowski. Essa não é a primeira vez que o ministro deixa de registrar compromissos na agenda e esquece de retificar os casos imprevistos depois. Não à toa, Cardozo será um dos temas na reunião da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, no dia 28.

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Lava Jato
Sono difícil

É bastante vulnerável no processo da Lava Jato a situação de Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão e sócio de José Dirceu na JD Assessoria e Consultoria Ltda. Temendo ser preso, segundo pessoas próximas à família, ele anda angustiado e nervoso – sintomas que podem piorar com uma ordem de prisão. Em acordo de delação premiada, o consultor Júlio Camargo disse que “em pelo menos uma ocasião” entregou milhões de reais nas mãos de Luiz.

Estradas
Sai da frente

Cinco meses em vigor e acumulam queixas contra a “lei dos caminhoneiros” (13.103/2015). O Legislativo votou e o Planalto sancionou acelerado texto que especialistas apontam como pior em relação à regra anterior (Lei 12.619/2012). Até março não se pagava carga por quilômetro rodado ­evitando excessos na jornada de trabalho. Também existiam limites de peso por veículo, evitando danos às rodovias. Sinal verde agora, talvez para compensar o risco a  caminho, ironicamente, a nova lei manteve o tratamento aos motoristas viciados em substâncias psicoativas.

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Energia
Não quero

A crise no mercado de óleo e gás derruba mesmo negócios que foram bem estruturados. A Petra Energia, do pernambucano Roberto Viana, devolveu há 45 dias 11 blocos exploratórios na Bacia de São Francisco – e está perto de entregar outros. Das 45 concessões que teve em mãos pode encerrar o ano com umas 30. A empresa nega pagar com atraso a seus fornecedores. 

Negócios
Ação & reação

Algumas das maiores empresas do País – como a Vale e a Petrobras, por exemplo – incluíram como prioritárias em suas áreas de “compliance” e responsabilidade social a chamada “política de integridade”. Depois da Lava Jato, as práticas de gestão que visam combater a corrupção e o desvio viraram moda nas empresas. E tome de treinamento aos funcionários e implementar sistemas mais avançados de auditoria, fiscalização e aferição de dados. A expectativa é que os bancos públicos façam empréstimos à taxas favorecidas a quem pratique essa política de integridade ao pé da letra.

Superesportivos
Risos em Brasília

Piada entre agentes da Polícia Federal, na operação em que três carros de luxo foram apreendidos na Casa da Dinda, do senador Fernando Collor. “Sabe por que o ex-presidente tem um Lamborghini Aventador que vai de 0 a 100km/h em 3s, aproximadamente? Não? É ideal para fugas”. 

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Seguro
Sem concorrência

Nas investigações da Polícia Federal na Lava Jato foi identificada possível frente de “vazamentos”  de recursos na BR Distribuidora.  As operações de seguro de transporte do combustível , entre as unidades estocadoras e os postos de gasolina, estariam direcionadas, do gerenciamento da gestão de riscos a cobertura das apólices. As empresas suspeitas seriam patrocinadas por políticos, num negócio que envolve um mar de dinheiro.

Varejo
Olho vivo

Enfrentando queda nas vendas já na casa de dois dígitos, o comércio varejista sinalizou ao governo que aguenta o tranco da economia sem cortes drásticos por pouco tempo. O alerta pode não sensibilizar Brasília, ­diferente do que ocorre quando reclama a indústria automobilística, sempre alvo da máxima atenção pelas autoridades. Mas se o setor começar a demitir à vera fará estrago: emprega cerca de 600 mil pessoas no País.

Política
Pura contradição

Enquanto a deputada federal Cristiane Brasil, presidente do PTB, faz juras de amor à oposição, o líder do partido na Câmara, Jovair Arantes, na quarta feira 15 , falou grosso com Joaquim Levy, na reunião das bancadas de apoio ao Governo. Sem meias palavras, ele cobrou do ministro da Fazenda agilidade nas liberações das verbas dos parlamentares, inclusive as dele, claro.

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Fotos: Renato Costa/Frame/estadão Conteúdo; André Dusek/Estadão Conteúdo; Agência Brasil; ALF RIBEIRO/Estadão Conteúdo; Adriano Machado/AG. ISTOÉ; CHARLES SHOLL/FUTURA PRESS