AROEIRA/O DIA

Quando as raposas se entendem

Na virada do ano, o presidente do PMDB e candidato declarado a presidente do Senado, Jader Barbalho (PA), telefonou para o colega José Sarney (PMDB-AP), o preferido do pefelista Antônio Carlos Magalhães (BA) para sucedê-lo no comando do Senado. Jader lembrou a Sarney que foi ministro de seu governo. Fez mil juras de amor ao velho chefe. Disse que sua briga é contra ACM e que são pura mentira os boatos de que estaria preparando um dossiê com denúncias contra o amigo. Tudo isso para puxar assunto e saber se, afinal, Sarney é ou não candidato a presidente do Senado. O ex-presidente retrucou também com mil juras de amor. E acabou respondendo a Jader sobre o assunto principal da conversa: “Fique tranquilo que eu não vou concorrer com você nem com ninguém. Só disputaria a presidência do Senado se houvesse um grande consenso e me convocassem. Como não farão isso, estou fora.”

Fundos: a guerra continua

O lobby das seguradoras e fundos de previdência privada no Congresso está quase conseguindo aprovar o projeto que proíbe os fundos de pensão das estatais de abrir seu capital em bolsa. Os diretores eleitos dos fundos estatais informaram aos deputados petistas que quem está defendendo o interesse das seguradoras é o ex-chefe de Gabinete da Casa Civil Mario Petreli. Aquele cujo filho era sócio de Eduardo Jorge na empresa DTC de Curitiba. A guerra é tanta que os diretores da Previ ligados aos sindicatos estão articulando um manifesto no qual acusam o governo de tentar acabar com a eleição de diretores nos fundos das estatais.

A multa da CBF

A situação é pior do que se imagina. Diferentemente do publicado por ISTOÉ na edição 1614, a Confederação Brasileira de Futebol não foi multada em apenas R$ 8 milhões pela Receita Federal. É que uma outra autuação só agora foi descoberta pela CPI do Senado. Juntas, as duas multas somam R$ 14,3 milhões.

A briga de Genebaldo Correia e dona Canô

A mãe do cantor Caetano Veloso, dona Canô, é uma espécie de matriarca de Santo Amaro da Purificação e aliada do cacique Antônio Carlos Magalhães. O problema é que a cidade do Recôncavo Baiano acaba de eleger para prefeito o peemedebista Genebaldo Correia. Pois bem, Genebaldo e dona Canô estão às turras. Organizadora da Folia de Reis de Santo Amaro, no sábado 6, a mãe de Caetano Veloso simplesmente proibiu o prefeito de participar da festa. Quase foram às vias de fato. “Eu não vou discutir com essa velha”, dizia ele. “Eu é que não vou me rebaixar para responder a alguém da sua laia”, retrucava ela.

Os ministros-candidatos

Enquanto o Palácio do Planalto mete os pés pelas mãos tentando impedir as investigações do Ministério Público, dois dos ministros mais importantes do governo escolheram uma estratégia oposta. José Serra (Saúde) e Paulo Renato Souza (Educação) montaram forças-tarefas em suas pastas para corrigir todas as irregularidades apontadas pelos procuradores da República. Falam-se ao telefone o tempo todo.

Rápidas

Os ministros do TCU estão prestes a abrir guerra contra Gilmar Mendes. Acusam o advogado-geral da União de não cobrar as multas que o TCU recomenda. Só 0,18% delas foram pagas.

O governo tenta impor multas de até R$ 800 mil aos procuradores da República, mas o BC trata melhor os banqueiros. Lá a multa máxima para um banqueiro como pessoa física é de R$ 100 mil.

Ministro-candidato é um tipo sempre atento. Na semana passada, José Serra e Paulo Renato telefonaram para a governadora Roseana Sarney só para elogiar o livro do pai dela, Saraminda.