17/10/2001 - 10:00
O PMDB já está fora
Antes, era só o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, quem tinha certeza de que o PMDB estará fora da aliança governista em 2002. Agora, a cúpula tucana também já tem essa certeza. Tanto o presidente do PSDB, deputado José Aníbal (SP), como o líder do governo no Congresso, Arthur Virgílio Netto (PSDB-AM), deixam claro, em suas conversas reservadas, que não contam mais com o PMDB para 2002. Pior. A própria cúpula governista do PMDB, encabeçada pelo líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), acha que o casamento com o Palácio do Planalto já se esgotou. “Meus adversários exploram as estradas esburacadas da Bahia para atacarem o PMDB. De que adianta termos o ministro (Eliseu) Padilha nos Transportes se há seis meses ele não consegue liberar nenhum recurso”, desabafa Geddel. Ele vai mais longe. Defende que o PMDB não indique mais ninguém para os ministérios vagos e saia de uma vez do governo. “Desse jeito, por que ficar mais tempo?”, pergunta-se.
Os novos favoritos do Palácio
Com o PMDB fora da chapa governista para a sucessão de FHC, ganha peso o veto do PFL à candidatura do ministro da Saúde, José Serra. Mas nem Serra nem FHC aceitarão que o PFL nomeie o governador do Ceará, Tasso Jereissati, como candidato da aliança. Daí estarem crescendo na mesa de apostas do governo dois nomes como os prováveis candidatos do Palácio do Planalto: o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), e o governador de São Paulo, Geraldo Alkmin.
A guerra santa
Não convidem para o mesmo culto o governador evangélico do Rio, Anthony Garotinho, e o comandante político da Igreja Universal, deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ). Convencido de que Garotinho quer eliminá-lo da política, Rodrigues resolveu trabalhar para detonar o governador. Depois de anunciar que pode até apoiar o PT nas eleições presidenciais, o deputado decidiu: no Rio, a Igreja Universal fecha com o arquiinimigo de Garotinho, o prefeito César Maia.
O candidato de Ciro
Tasso Jereissati tem dito a seus aliados, no Ceará, que está disposto a atropelar FHC e a disputar a candidatura presidencial pelo PSDB. Com isso, não cria problemas só em Brasília. Seu amigo Ciro Gomes anda tão irritado que já está preparando a candidatura do irmão, Cid Gomes, a governador do Ceará, numa aliança PPS-PT. Contra o tucano a ser escolhido por Tasso.
Faixa curta |
INSS sob suspeitaA juíza Selene Maria de Almeida, do Tribunal Regional Federal de Brasília, suspendeu a licitação do INSS em que a empresa americana Unisys foi escolhida para fornecer, por R$ 31 milhões, os sistemas de informática para atendimento ao público. A suspeita é de superfaturamento.
Rápidas
• FHC e Malan ouviram de Fernando de la Rúa e Domingo Cavallo detalhes do próximo plano econômico portenho. Prometeram guardar o segredo a sete chaves.
• Fala-se no lançamento de uma nova moeda. Algo entre os patacones e a URV. Faria a transição da cesta de moedas para o câmbio totalmente livre.
• Comentário de um dirigente do PSDB: a greve das universidades acabou de vez com as chances de Paulo Renato ser candidato a presidente.
• O prefeito do Rio, César Maia (PFL), já escolheu seus candidatos ao Senado: o ex-governador Marcelo Alencar (PSDB) e o bispo evangélico Marcelo Crivela (PFL).