David Dunn é apenas um cara comum. Quer se mudar da cidade americana de Filadélfia para Nova York, onde acredita ter mais chances de crescer na carreira de segurança. É justamente na viagem de volta da entrevista do pretenso emprego que sua vida vai mudar. Só que ele nem imagina o quanto. Dunn é Bruce Willis, novamente nas ondas do sobrenatural em Corpo fechado (Unbreakable, Estados Unidos, 2000) – estréia nacional na sexta-feira 19 –, do mesmo diretor de O sexto sentido, o americano M. Night Shyamalan. O sucesso de Willis no filme sobre o garotinho que via pessoas mortas gerou o inevitável convite para novamente atuar numa história relacionada ao insondável. Realmente, o tipo lhe cai bem. Ainda mais quando tem oportunidade de desembuchar seu excesso de testosterona. No papel de um machão atormentado, que diariamente acorda com uma imensa tristeza, ele faz par perfeito com o perfeito Samuel L. Jackson na pele de Elijah Price, um fanático por histórias em quadrinhos que desde o nascimento tem um físico tão frágil a ponto de na infância ganhar o apelido de Senhor Vidro. Com um roteiro criativo, inteligente, envolvido pela atmosfera dos quadrinhos e seguindo a estrutura de seus argumentos mais darks, Corpo fechado é bem superior ao clima fantasmagórico de O sexto sentido. Através de um paulatino e intrincado jogo de situações, Shyamalan faz Dunn penar na busca pela sua real personalidade. Ele, como o Super-homem e todo super-herói, sofre com a vulnerabilidade causada por suas próprias kriptonitas. E o espectador também.