O grande cone branco se impõe à paisagem. Grossas espirais de fumaça que saem constantemente do alto de seu cume provocam um misto de fascínio e respeito. Impossível não perceber que o vulcão Villarica continua ativo. Ainda assim, é em torno dele que acontece toda a atividade da cidade de Pucón, no Chile. O destino tem atraído cada vez mais turistas. Sinal disso é que o município recebe o ano todo interessados em conhecer sua famosa cratera, a 2.487 metros de altitude. Para vê-la de perto, as pessoas não se incomodam em fazer uma caminhada de 13 quilômetros. Atingido o topo, é possível apreciar sete lagos azuis, outros nove vulcões chilenos e a vizinha Argentina, distante apenas 70 quilômetros do lugar. É um espetáculo de roubar o fôlego.

Em mapudungun – o idioma dos índios mapuche, que habitam o centro-sul do Chile –, Pucón significa “entrada para a cordilheira”. Nesta região termina a Patagônia e se inicia a cadeia dos Andes. Há mais de dez mil anos, a atividade tectônica que originou a cordilheira andina fez nascer ali montanhas e vulcões de cume eternamente nevado. Depois, o resultado de desmoronamentos e seguidas erupções rasgou a terra e escavou o solo criando vales e buracos que, cobertos com a água do degelo, formaram dezenas de lagos de água cristalina.

Agências de turismo organizam caminhadas até o topo do Villarica. Fornecem as roupas e os equipamentos necessários por cerca de US$ 50. Mas é preciso lembrar que o imponente pico é também uma ameaça constante. Em frente à prefeitura há um sinal que informa a atividade do vulcão. Pucón, a 870 quilômetros da capital Santiago, é famosa ainda por suas termas. No meio de um estreito vale por onde passa um gelado rio de corredeiras existem 40 afluentes de águas termais que chegam a mais de 50 graus. O arquiteto Germán del Sol, um dos mais premiados do Chile, criou uma grande estrutura de canais de madeira vermelha que misturam as águas quentes à água gelada e as depositam em dezenas de piscinas de pedras, com temperaturas que variam entre 35 e 39 graus. Durante o verão, há quem queira se divertir à beira dos lagos com praias de negra areia vulcânica. No inverno, é a estação de esqui, aos pés do Villarica, que comanda as atenções. Mas há algo que independe do calendário: o turismo ecológico e de aventura. É possível praticar rafting, arborismo e rapel nas montanhas e cachoeiras. Outra pedida é fazer trilhas em bicicletas ou cavalgadas em cenários bucólicos de pequenas fazendas de criação de gado ou ovelhas. Alta gastronomia, hotéis sofisticados e um cassino completam as atrações. Um misto perfeito de tradição e turismo de alto nível.