17/10/2001 - 10:00
Muito mais assustador que o início dos ataques ao Afeganistão, no domingo 7, foi o que veio momentos depois. As televisões interromperam as notícias sobre o começo da guerra para transmitir um vídeo gerado pela tevê do Catar, a Al-Jazeera, e o mundo, mais uma vez, pareceu mergulhar num filme de ficção científica onde a Terra é atacada. Como se fossem os líderes de uma civilização alienígena agressora, falando de um planeta inóspito e sem vegetação e interferindo nas transmissões terráqueas com um apavorante ultimato, Osama Bin Laden e seu braço direito, Ayman al-Zawahiri, o representante da Jihad islâmica egípcia, dominaram as telas de tevê do mundo todo. E as palavras do líder da al-Qaeda foram tão ou mais certeiras que os mísseis disparados contra o Afeganistão. Bin Laden ameaçou com o apocalipse. Prometeu mais ataques terroristas, disse que aquela era uma guerra contra os infiéis e agradeceu a Alá pelo fato de a América, de norte a sul e de leste a oeste, estar apavorada. Depois da transmissão, o medo aumentou.
Para o correspondente de ISTOÉ em Nova York, Osmar Freitas Jr., os Estados Unidos já estavam voltando a uma aparente calma e normalidade até as fantasmagóricas aparições do domingo. A partir daí, todos os medos e paranóias afloraram de novo. A reportagem de Osmar começa à pág. 68. Saiba também como trabalha a emissora do Catar, Al-Jazeera, a maior sensação em cobertura de guerras desde que Peter Arnett se aposentou. A reportagem é de Kátia Mello e começa à pág. 80.