AROEIRA/O DIA

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Diplomacia: a hora de mudar

Ricardo Stuckert

A posse de Celso Lafer como ministro das Relações Exteriores já tem data marcada no cerimonial da Presidência: o próximo dia 29. Mas, sabe-se lá por quê, até a última quinta-feira 18 Fernando Henrique não havia confirmado oficialmente o novo chanceler. Talvez porque o próprio FHC não saiba se fez uma boa escolha. Primeiro a comandar o Ministério do Desenvolvimento – uma pasta criada para se tornar a mais importante do governo –, Celso Lafer simplesmente não conseguiu fazê-lo decolar. Intelectual como FHC e especialista em economia, Lafer revelou-se um tímido vendedor. E a viagem de FHC à Coréia mostrou que falta ao Brasil quem promova os seus produtos no Exterior. A diplomacia de salamaleques e refeições barrocas pouco rendeu. “Os coreanos só queriam saber de como investir menos e vender mais no Brasil”, resumiu o empresário Stefan Salej, presente ao enfadonho almoço de quarta-feira da delegação brasileira com a elite empresarial da Coréia.

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Caetano X Genebaldo

O cantor Caetano Veloso mandou a seguinte carta a essa coluna: “Li no Fax Brasília nota envolvendo dona Canô, minha mãe, em termos inaceitáveis. Tenho visto minha mãe receber em casa políticos das mais variadas tendências. Ali muitos têm encontrado ensinamentos e exemplos, nunca apoio partidário: Valdir Pires, Lula, ACM, Paulo Souto ou Lídice da Matta, todos aprendem algo com ela. É um abuso a coluna descrevê-la como ‘aliada do cacique Antônio Carlos Magalhães’, insinuando que talvez essa seja a razão de sua suposta oposição ‘ao peemedebista Genebaldo’. Não houve nenhuma briga entre Genebaldo Correia e minha mãe. Ele foi acusado de atos graves pela CPI do Orçamento. Sem provar nada em sua defesa, renunciou antes de ver seu mandato cassado. Mas é o prefeito eleito de Santo Amaro e, como tal, tem de nossa família o respeito que o cargo exige. Ninguém é obrigado a dar mais que isso. Indignado, Caetano Veloso.”

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O amor é lindo

O governo parece ter levado a sério o espírito de independência de Minas Gerais. Depois do governador Itamar Franco ter ensaiado abrir uma embaixada mineira em Paris, o governo federal abriu uma representação do Itamaraty na nação mineira. Bom para a conselheira Débora Baremboin, chefe do escritório em Belo Horizonte, que conseguiu mudar-se para perto do seu namorado: o presidente da Federação de Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Stefan Salej. Aliás, a abertura do escritório é o primeiro fruto de um convênio entre o Ministério das Relações Exteriores e a Fiemg.

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Apesar de você

O líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE), já conseguiu 11 assinaturas para a sua recondução ao cargo. Só três senadores tucanos ainda não assinaram, dois deles ligados ao governador Tasso Jereissati, que aliás fez de tudo para jogar areia na candidatura de Machado. Com a terceira reeleição garantida, o líder não desistiu ainda de ser reconduzido ao cargo por unanimidade.

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Alta fermentação

Sexta-feira, 19. Último dia da visita de FHC à Coréia. A delegação brasileira amanheceu alquebrada depois do jantar oferecido pelo presidente Kim Dae-jung. Motivo: a explosiva mistura de pratos carregados no alho, muito alho, com seis potinhos de diferentes pastas de repolho servidos a cada um dos presentes.

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Rápidas

O senador Sarney está tiririca com a editora Siciliano. Ele acha que não estão promovendo o seu Saraminda. Se quiser editar seu próximo livro, Solar dos Tarquínios, a Siciliano terá que se esmerar.

O mal-afamado Indesp, aquele dos bingos, continua produzindo operações estranhas. Há três meses realizou pagamento de R$ 10,6 mil a uma empresa de consultoria carioca por “serviços secretos”.