O historiador alemão Peter Gay relatou em livros e conferências que aos 12 anos de idade um professor antissemita lhe disse: “os judeus são exagerados”. Peter Gay, que era judeu, sempre achou que veio daí o seu “exagero doentio pela perfeição e precisão na escrita”. O fato é que a neurose obsessiva e perfeccionista que o menino carregou pela vida (se neurose houve) o fez sofrer. Sob outra ótica, no entanto, o mundo saiu ganhando com seus excelentes 25 livros, sobretudo a biografia que escreveu sobre Sigmund Freud. Os freudianos devoraram a obra porque ela é a única explicação clara da psicanálise; os que não dão a mínima para a terapia do divã igualmente se apaixonaram pelo livro porque ele é uma detalhada e agradável narração biográfica. O autor morreu na terça-feira 2, em Manhattan, de falência múltipla dos órgãos. Tinha 91 anos.