08/05/2015 - 20:00
Em novembro de 1983, cinco holandeses realizaram o sequestro que resultou no que o jornal britânico “The Telegraph” afirma ser o maior resgate já pago por um único refém na história. Alfred Henry Heineken, presidente da fabricante de cervejas que leva seu sobrenome, foi rendido com o motorista em frente a sua casa e levado para um armazém nos subúrbios da capital holandesa. Bem-sucedido, o golpe rendeu ao grupo a soma de 35 milhões de florins (US$ 18 milhões). A história virou filme e estreia no Brasil na quinta-feira 14, com Anthony Hopkins no papel de Freddy Heineken.
Do diretor sueco Daniel Alfredson, “Jogada de Mestre” é um filme de ação de primeira. Peca por não conseguir elucidar alguns pormenores da história em que se baseou, mas mantém o espectador grudado na poltrona com uma sucessão ininterrupta de cenas de tensão e suspense, intensificadas pela demora nas negociações do resgate, que se estendeu por três semanas na vida real. O longa-metragem toma o ponto de vista dos sequestradores, na versão do diretor, gente comum que luta por oportunidades e para sustentar a família.
NA VIDA REAL
Cor Van Hout (de óculos) e Willem Holleder, durante o julgamento do sequestro, em 1987
Os cinco amigos holandeses eram, na verdade, parte de uma gangue com antecedentes criminais.
A dupla principal responsável pelo sequestro, Cor Van Hout e Willem Holleder, voltou ao crime após cumprir pena de 11 anos na prisão. Van Hout foi morto em 2003 por outro chefão do crime local. Holleder vingou o assassinato do amigo e se tornou uma espécie de celebridade do crime na Holanda, acusado de extorsão e de outros 24 assassinatos. Hoje, ele vive livre em Amsterdã. A maior parte do dinheiro do resgate nunca foi recuperada pela polícia holandesa, que por muitos anos trabalhou no rastreamento do montante.
Fotos: Divulgação; Staff/ANP/AFP; Peter Elenbaas/HH